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Reunião entre ministros de Rússia e Ucrânia termina sem avanços

10 mar 2022 - 08h01
(atualizado às 08h19)
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Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, se reuniram por uma hora e meia em Antália, na Turquia, nesta quinta-feira (10).

Encontro entre Dmytro Kuleba (de costas) e Sergei Lavrov (de frente)
Encontro entre Dmytro Kuleba (de costas) e Sergei Lavrov (de frente)
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Esse foi o primeiro encontro de nível ministerial entre os dois países desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro, em iniciativa mediada pelo governo turco. No entanto, a conversa não produziu nenhum avanço concreto.

"Não fizemos nenhum progresso em relação ao cessar-fogo", declarou Kuleba após a reunião, acrescentando que a Ucrânia está "pronta para um novo encontro neste formato se houver perspectivas de encontrar uma solução".

"Conversamos sobre a questão do cessar-fogo de 24 horas para resolver a maior parte das questões urgentes do ponto de vista humanitário. Não fizemos progressos nesse campo, infelizmente. Parece que há outras pessoas que decidem sobre isso na Rússia", ressaltou o ministro ucraniano.

Por sua vez, Lavrov disse que a reunião serviu para confirmar que a Rússia "não tem alternativas" e ainda salientou que encontros como o desta quinta "não podem ser usados para substituir as negociações principais" em Belarus.

"Nós não atacamos a Ucrânia. Criou-se uma situação que era uma ameaça para Moscou, fizemos vários apelos, mas ninguém nos escutou", afirmou o chanceler russo para justificar a invasão. Segundo Lavrov, a assim chamada "operação especial" está seguindo os planos, e o objetivo da Rússia é que a Ucrânia seja "neutra".

O ministro também não descartou a hipótese de um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, mas disse que antes é preciso fazer um "trabalho preparatório". "A Ucrânia falou que nos dará respostas concretas. Vamos esperar", ressaltou.

Ataques

Até o momento, as negociações em Belarus conseguiram produzir somente um frágil acordo para a criação de corredores humanitários, mas Kiev e Moscou trocam acusações de boicotar a evacuação de civis.

Em Mariupol, cidade do sudeste ucraniano cercada pelas tropas russas há quase duas semanas, um ataque promovido pelos invasores destruiu um hospital e provocou consternação no mundo.

"O ataque a um hospital de Mariupol, na Ucrânia, onde estão localizadas a maternidade e a ala infantil, é terrível. Os civis estão pagando o preço mais alto por uma guerra que não tem nada a ver com eles. Essa violência sem sentido precisa parar", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Ao menos três pessoas morreram no ataque, incluindo uma menina. No entanto, de acordo com Lavrov, o hospital pediátrico "era usado como base do Batalhão de Azov", milícia ucraniana neonazista. O chanceler não deu provas de sua alegação.

O número de civis mortos em Mariupol, cidade estratégica situada às margens do Mar de Azov, é estimado em mais de 1,3 mil desde o início da invasão russa, e corpos estão sendo sepultados em fossas comuns.

"Não somos capazes de calcular quantos mortos temos. Não conseguimos recolher todos os corpos e contá-los", disse à CNN o vice-prefeito Sergei Orlov. Na última madrugada, também ocorreram bombardeios contra um edifício residencial perto de Kharkiv, no nordeste ucraniano, deixando pelo menos quatro mortos, incluindo duas crianças.

Até o momento, a guerra na Ucrânia já gerou mais de 2,3 milhões de refugiados, segundo a ONU. De acordo com Zelensky, mais de 35 mil civis foram evacuados de áreas de conflito na última quarta-feira (9).  

Ansa - Brasil
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