Rússia acusa Reino Unido de 'montar' ataque químico na Síria
Moscou ainda disse ter provas "irrefutáveis" contra Londres
O governo da Rússia afirmou nesta sexta-feira (13) que tem provas "irrefutáveis" da participação direta do Reino Unido na "montagem" do suposto ataque químico na cidade de Duma, na Síria, que deixou entre 70 e 100 mortos no último sábado (7).
A acusação chega em meio à crise diplomática entre Moscou e Londres por causa do envenenamento do ex-espião russo Serghei Skripal, ocorrido em Salisbury e que as autoridades britânicas atribuem ao Kremlin. Além disso, o Reino Unido tem mostrado uma clara abertura a bombardear a Síria devido ao ataque em Duma.
"Temos dados irrefutáveis de que o ataque químico em Duma, na Síria, foi montado. E os serviços especiais de um país, que agora está tentando ficar na primeira fila da campanha russofóbica, se envolveram diretamente nesse mise-en-scène", declarou Lavrov, citado pela agência "Tass".
"Pessoas desconhecidas, dotadas de câmeras de vigilância, apareceram de forma imprevista, semeando o pânico, dizendo que havia sido perpetrado um ataque químico e pedindo para todos se lavarem com água. Depois foram embora", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.
Além disso, Moscou afirmou que os "White Helmets" ("Capacetes Brancos", em tradução livre), ONG de defesa civil que atua em áreas da Síria dominadas por rebeldes, foram pressionados para realizar a "provocação" o mais rapidamente possível. A Rússia, no entanto, não apresentou nenhuma das provas que diz ter.
Os rebeldes e países como Reino Unido e França acusam o regime de Bashar al Assad, protegido pelo Kremlin, pelo ataque. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também culpou Assad, mas o Pentágono disse que ainda está buscando provas de seu envolvimento.