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Rússia admite, pela primeira vez, estar em guerra contra a Ucrânia

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que isso deve ao aumento do Ocidente no nível de envolvimento no conflito

22 mar 2024 - 12h42
(atualizado às 13h42)
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Rússia admite, pela primeira vez, estar em guerra contra a Ucrânia
Rússia admite, pela primeira vez, estar em guerra contra a Ucrânia
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Pela primeira vez desde a invasão da Ucrânia, há mais de dois anos, a Rússia empregou o termo "guerra" para descrever os ataques ao país vizinho. Na sexta-feira (22), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a "operação militar especial" das tropas russas na Ucrânia se transformou, efetivamente, em uma guerra.

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro de 2022, o governo russo vinha referindo-se a ele como "operação militar especial" e proibindo a imprensa e a população do país de usarem o termo "guerra".

" Esta é uma operação militar especial, mas, de fato, na verdade, para nós transformou-se numa guerra depois de o Ocidente aumentar cada vez mais diretamente o nível do seu envolvimento no conflito", declarou Peskov.

Por que a Rússia "mudou o tom"?

A mudança de tom está ligada a reeleição do presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada. Com quase 88% dos votos, Putin será presidente do país até 2030. Em seu discurso à imprensa em Moscou, após a vitória eleitoral, o líder russo alertou sobre o risco de uma escalada para a Terceira Guerra Mundial caso tropas ocidentais se envolvam na Ucrânia.

Porém, ele afirmou que não achava que alguém estivesse interessado em um conflito desse tipo. "Acho que tudo é possível no mundo moderno. Mas eu já disse isso e está claro para todos que isso (conflito entre a Rússia e a Otan) será apenas um passo de distância de uma Terceira Guerra Mundial em grande escala. Acho que ninguém está interessado nisto", disse.

Após o resultado do pleito, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, publicou um vídeo em sua conta no X, chamando o líder russo de "ditador" e "viciado no poder".

Além disso, a Rússia tem adotado uma ofensiva maior. Recentemente, foi feito o maior ataque na Ucrânia deste ano e o maior bombardeio à infraestrutura do país desde o início da guerra.

De acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, 90 mísseis e 60 drones foram lançados pela Rússia e atingiram diversas cidades do país, inclusive a capital, Kiev. O ministério também informou que duas pessoas morreram e diversas ficaram feridas. Zelensky relatou que o foco dos ataques foram centrais elétricas e linhas de fornecimento de energia. Como consequência, por fim,  gerou apagões por todo o país.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

Perfil Brasil
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