Rússia ataca dezenas de localidades da Ucrânia e alerta para escalada
Mísseis russos atingiram mais de 40 cidades e vilas ucranianas, disseram autoridades nesta quinta-feira, quando aliados da Otan reunidos em Bruxelas revelaram planos para reforçar as defesas aéreas da Europa depois de garantir mais ajuda militar a Kiev.
As novas promessas levaram Moscou a renovar os alertas de que a ajuda dos Estados ocidentais os tornava "uma parte direta do conflito" e que admitir a Ucrânia na aliança militar ocidental da Otan poderia desencadear a Terceira Guerra Mundial.
"Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada para uma Terceira Guerra Mundial", disse o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, à agência de notícias estatal Tass nesta quinta-feira, quando os Estados Unidos prometeram defender "cada centímetro" do território aliado.
Moscou tem repetidamente justificado a invasão de 24 de fevereiro que matou dezenas de milhares de pessoas, no que chama de "operação especial", dizendo que as ambições da Ucrânia de se juntar à aliança representam uma ameaça à segurança da Rússia.
A Otan provavelmente não permitirá que a Ucrânia se junte rapidamente, mesmo porque sua adesão durante uma guerra em curso colocaria os Estados Unidos e aliados em conflito direto com a Rússia.
Mesmo antes da guerra, a Otan vinha retardando a questão da adesão ucraniana. Logo após a invasão da Rússia em fevereiro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, sinalizou que estava disposto a considerar a neutralidade.
Mas horas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, proclamou as regiões parcialmente ocupadas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia como terras russas em 30 de setembro, Zelenskiy lançou uma candidatura rápida para ingressar.
Nas últimas 24 horas, mísseis russos atingiram mais de 40 assentamentos, enquanto a Força Aérea ucraniana realizou 32 ataques a 25 alvos russos, disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia.
A cidade portuária de Mykolaiv, no sul, foi bombardeada em massa, disseram autoridades locais.
"Sabe-se que vários objetos civis foram atingidos", afirmou o governador regional Vitaly Kim em um post nas redes sociais.
Ele disse que os dois últimos andares de um prédio residencial de cinco andares foram completamente destruídos e o restante estava sob escombros.
A Rússia também visou um assentamento na região da capital da Ucrânia, Kiev, onde três ataques de drones atingiram infraestruturas vitais na quinta-feira, disse o governo da região no Telegram.
O governador da região de Kiev, Oleksiy Kuleba, declarou que, com base em informações preliminares, os ataques foram causados por munições fabricadas no Irã, muitas vezes conhecidas como "drones kamikaze".
A Ucrânia relatou uma série de ataques russos com drones Shahed-136 nas últimas semanas. O Irã nega fornecer os drones à Rússia, enquanto o Kremlin não comentou.