Rússia critica ataques 'indiscriminados' de coalizão a Líbia
20 mar2011 - 10h35
(atualizado em 22/3/2011 às 11h39)
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A Rússia pede o fim do "uso indiscriminado da força" pela coalizão que realiza operações militares na Líbia, informou o chanceler russo num comunicado divulgado neste domingo. "Nós pedimos que os Estados interrompam o uso indiscriminado da força", disse em comunicado.
Os ataques aéreos na Líbia incluíram alvos não-militares, segundo o ministro, e danificaram rodovias, pontes e um centro de cardiologia. "Consideramos inadmissível o uso da Resolução 1973 para fins que claramente ultrapassam seu escopo, que estipula apenas medidas para proteger a população civil", informou.
No sábado, Moscou afirmou "lamentar" a intervenção na Líbia, que "foi adotada de forma precipitada". A mídia russa também citou fontes do Kremlin, segundo as quais o embaixador da Rússia em Típoli foi demitido, sem citar as razões.
Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.
Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.
Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.
O Coronel Muamar Kadafi discursa em 1969, ano em que destronou o rei Idris instaurou a era republicana da Líbia em nome de "Liberdade, Socialismo e Unidade"
Foto: AFP
A 27 de setembro de 1969 - 26 dias após o golpe de Estado -, Kadafi discursa já como Presidente do Conselho da Revolução Líbia
Foto: AFP
Em dezembro de 1969, Kadafi - já líder da Líbia - e o então presidente egípcio, Gamal Nasser, chegam em Rabat, no Marrocos, para conferência da Cúpula Árabe
Foto: AFP
Em 1970, Kadafi é recepcionado pelo presidente libanês Chalres Halou, em sua chegada a Beirute
Foto: AFP
Em 1972, Kadafi discursa pelas comemorações dos 20 anos da revolução de 1952, quando o país alcançou a independência das presenças britânica e francesa
Foto: AFP
Retrato de Kadafi de 1973, quando participou de histórico encontro dos países não-alinhados à bipolaridade da Guerra Fria, realizado na Algéria, do qual participaram 76 nações africanas, asiáticas e latinas
Foto: AFP
Reunião em Uganda, em 1975, mostra o ditador local, Idi Amin Dada, sentado ao lado de Kadafi
Foto: AFP
Kadafi participa de cúpula da Organização para a Unidade Africana em Campala, Uganda, em 1975
Foto: AFP
Em 1978, Kadafi e o então líder palestino, Yasser Arafat, assistem a desfile militar em Trípoli
Foto: AFP
Kadafi faz revista das tropas em visita a Dakar, Senegal, em 1985
Foto: AFP
Em 1988, o então presidente tunisiano Ben Ali e o líder líbio Muamar Kadafi ouvem seus hinos nacionais no aeroporto da Tunísia
Foto: AFP
Kadafi observa tropas em visita ao Senegal, em 1985
Foto: AFP
Kadafi fala a jornalistas em Trípoli, em 1986, em encontro do "Alto Comando das Forças Revolucionárias da Nação Árabe"
Foto: AFP
Imagem de televisão mostra Kadafi acompanhado pelo presidente Idriss Deby, no Tchad, em 1997
Foto: AFP
Kadafi responde a perguntas de jornalistas em 1990, no momento em que ele ameaça tirar a Líbia das Nações Unidas em razão de uma polêmica com militares dos Estados Unidos no Golfo
Foto: AFP
Kadafi conversa com Nelson Mandela em 1999, durante passeata em Trípoli
Foto: AFP
Kadafi saúda tropas durante desfile militar de 1999, em Trípoli, em homenagem aos 30 anos da revolução de 1969, na qual o líder subiu ao comando da Líbia
Foto: AFP
Kadafi discursa no parlamento da Jordânia, em 2000, criticando as mortes que então ocorriam, supostamente em nome do fundamentalismo islâmico
Foto: AFP
Kadafi fala a jornalistas na cidade líbia de Bab al-Aziziya, em 1998
Foto: AFP
Kadafi participa de oração na cidade de Syrte, em 2002
Foto: AFP
Kadafi ouve discursos de líderes em Moçambique, na cúpula da União Africana de 2003
Foto: AFP
Kadafi fuma um cigarro americano durante cúpula da Liga Árabe de 2004, na Tunísia
Foto: AFP
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, dá aperto de mão caloroso em Kadafi, durante encontro bilateral em Trípoli, em 2004
Foto: AFP
Em 2007, Kadafi gesticula sinal de positivo durante comemoração do 21º aniversário do ataque dos Estados Unidos à Líbia
Foto: AFP
Em 2007, o presidente francês Nicholas Sarkozy recepciona Kadafi para encontro no Palácio de Paris
Foto: AFP
Kadafi chega à Assembleia Nacional Francesa, em dezembro de 2007; parlamentares franceses oposicionistas se fizeram ausentes em protestos contra o governo do líder líbio
Foto: AFP
Durante visita de 2007 à França, Kadafi visita o Museu do Louvre e posa para foto ao lado da estátua da Vênus de Milo
Foto: AFP
No seu tour francês de 2007, Kadafi visita o Palácio de Versalhes
Foto: AFP
Em visita de 2009 à Itália, Kadafi participa de conferência de imprensa no palácio presidencial de Roma
Foto: AFP
Kadafi manda beijos para uma plateia de 700 mulheres após palestra proferida em Roma
Foto: AFP
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