Rússia diz que dará resposta 'forte e dolorosa' contra sanções
Kiev, por sua vez, defendeu sua entrada na Otan e na UE
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou em nota nesta quarta-feira (23) que dará uma "resposta forte e dolorosa" às sanções anunciadas por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia contra o país por causa da crise ucraniana.
Segundo nota repercutida pela agências de notícias estatal Tass, a Rússia "está aberta à diplomacia com base no recíproco respeito, de igualdade e da consideração dos respectivos interesses".
"As sanções não terão nenhum impacto na determinação da Rússia em defender com firmeza seus interesses", diz o comunicado na mesma linha do discurso desta manhã do presidente Vladimir Putin.
Os ocidentais anunciaram sanções - consideradas o "primeiro pacote" de medidas contra Moscou - por conta do reconhecimento de Putin das áreas separatistas de Donetsk e Lugansk como repúblicas separatistas na última segunda-feira (21). Cada nação ou o bloco, no caso da UE, anunciou medidas diferentes, mas que atingem bancos, empresas, instituições e pessoas físicas próximas ao governo russo.
Quase ao mesmo tempo da publicação da nota oficial do ministério russo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um discurso em que afirmou que o que está em jogo nesse momento "é o destino da Europa".
"Chegou o momento de reagir, de reagir com força. O destino da Europa se decide no campo da Ucrânia", disse o mandatário, que também confirmou o estado de emergência em todo o país.
Além disso, Zelensky afirmou que Kiev mantém o interesse de aderir à União Europeia e também à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - dois pontos que os russos não aceitam e ameaçam fazer uma guerra sobre isso.
UE
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, após uma reunião com o premiê norueguês, Jonas Gahr Store, que um dos objetivos do bloco europeu é não depender mais do gás russo.
"A Rússia instrumentalizou a energia nos últimos meses e anos e nós estamos determinados a não sermos mais dependentes do gás russo. Esse é um investimento estratégico para a nossa independência", disse Von der Leyen, ressaltando que a Noruega é um "dos fornecedores confiáveis" do gás.
A representante ainda ressaltou o "tempo difícil" que o mundo vive atualmente, onde as "autocracias estão desafiando as democracias" em vários lugares. .