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Rússia diz que linhas diretas de emergência com EUA e Otan permanecem, enquanto riscos nucleares crescem

8 out 2024 - 11h13
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A Rússia disse nesta terça-feira que ainda tem uma linha direta de emergência com os Estados Unidos e com a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para esvaziar crises, no momento em que crescem riscos nucleares em meio ao mais grave confronto entre Moscou e o Ocidente desde a Guerra Fria.

A guerra de dois anos e meio na Ucrânia está entrando no que as autoridades russas dizem ser sua fase mais perigosa, com forças russas avançando e os EUA podendo permitir que Kiev ataque profundamente dentro da Rússia com mísseis ocidentais.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse em 12 de setembro que a aprovação ocidental para isso significaria "o envolvimento direto dos países da Otan, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra na Ucrânia".

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, que supervisiona as relações com a Europa e a Otan, disse à agência de notícias estatal RIA que Moscou percebe que a aliança militar está aumentando o papel das armas nucleares em sua estratégia.

Grushko disse que a Rússia está atualizando sua doutrina nuclear para enviar um sinal "para que nossos oponentes não tenham ilusões sobre nossa disposição de garantir a segurança da Federação Russa com todos os meios disponíveis".

Putin está mudando a doutrina nuclear russa para dar à Rússia um limite ligeiramente mais baixo para usar essas armas em resposta a um ataque com armas convencionais.

Os Estados Unidos colocam a China como seu maior concorrente e a Rússia como a maior ameaça de um Estado-nação, e o presidente dos EUA, Joe Biden, argumenta que este século será definido por uma disputa existencial entre democracias e autocracias.

A chamada linha direta entre Moscou e Washington foi estabelecida em 1963 para reduzir percepções errôneas que alimentaram a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962, permitindo a comunicação direta entre líderes dos EUA e da Rússia.

A linha direta entre os EUA e a Rússia, agora um sistema seguro de comunicação por computador, foi usada durante grandes crises, como a Guerra dos Seis Dias de 1967, a invasão soviética do Afeganistão em 1979, os ataques de 11 de setembro de 2001 e após a invasão do Iraque pelos EUA em 2003.

Além da linha direta entre líderes, também há linhas diretas nucleares entre o Pentágono e o Ministério da Defesa da Rússia, criadas durante a Guerra Fria para reduzir o risco de uma guerra nuclear.

Depois que Putin ordenou que milhares de tropas russas entrassem na Ucrânia em fevereiro de 2022, uma linha adicional, chamada de "desconflito", foi estabelecida entre as Forças Armadas da Rússia e dos EUA para evitar que a guerra se transformasse em uma guerra entre os EUA e a Rússia.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, entrou em contato com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em julho, para falar sobre suspeitas de um plano ucraniano para atacar a Rússia. O New York Times informou que Austin recebeu uma ligação de Belousov, em 12 de julho, sobre uma operação secreta ucraniana planejada contra a Rússia que Moscou acreditava ter a bênção dos Estados Unidos.

Há também uma linha direta entre a Rússia e a Otan, criada em 2013, para reduzir mal-entendidos em situações de crise.

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