Rússia diz que não há plano concreto para reunião com Biden
Governo francês tinha dito que as duas partes tinham aceitado conversar na próxima quinta-feira
O Kremlin disse nesta segunda-feira que não há planos concretos para uma cúpula sobre a Ucrânia entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega norte-americano, Joe Biden, depois que o presidente francês afirmou que os dois líderes concordaram com uma reunião em princípio.
Uma cúpula poderia oferecer um possível caminho para sair da maior crise militar da Europa em décadas, e os mercados financeiros subiram na esperança de uma solução diplomática.
No entanto, tanto Washington quanto Moscou minimizaram as esperanças de um avanço, e imagens de satélite pareciam mostrar mobilizações russas mais próximas da fronteira da Ucrânia do que antes.
Países ocidentais acusam a Rússia de planejar uma invasão de sua vizinha. Moscou nega estar planejando qualquer ataque, mas exigiu garantias de segurança, incluindo a promessa de que a Ucrânia nunca se juntaria à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A situação ficou ainda mais tensa quando o Ministério da Defesa de Belarus anunciou no domingo que a Rússia estenderia os exercícios militares em Belarus que estavam programados para terminar. A Rússia tem dezenas de milhares de soldados lá, ao norte da fronteira ucraniana.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que um telefonema ou encontro entre Putin e Biden pode ser marcado a qualquer momento, mas ainda não há planos concretos para uma cúpula. As tensões seguem crescendo, mas os contatos diplomáticos estão ativos e uma reunião de ministros das Relações Exteriores é possível esta semana.
Ele também afirmou que Putin discursará em breve em uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança da Rússia.
A Casa Branca disse em comunicado que Biden aceitou a reunião "em princípio", mas apenas "se uma invasão não acontecer".
"Estamos sempre prontos para a diplomacia", declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. "Também estamos prontos para impor consequências rápidas e severas, caso a Rússia opte pela guerra."
Os países ocidentais estão preparando sanções que dizem ser de longo alcance contra empresas e indivíduos russos no caso de a Rússia invadir, incluindo medidas para impedir que instituições financeiras dos EUA processem transações para grandes bancos russos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, chegando a Bruxelas para se encontrar com seus colegas da União Europeia, pediu ao bloco que comece a impor algumas sanções à Rússia agora para mostrar que está firme sobre querer evitar uma guerra.
O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse que ainda vê espaço para a diplomacia, mas convocará uma reunião extraordinária da UE para aprovar as sanções "quando chegar o momento".