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Rússia e Cazaquistão ordenam retirada de 100.000 pessoas em meio às piores enchentes das últimas décadas

9 abr 2024 - 10h00
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A Rússia e o Cazaquistão ordenaram a retirada de mais de 100.000 pessoas depois que a neve derretida rapidamente fez com que rios transbordassem, na pior inundação da região em pelo menos 70 anos.

O dilúvio de água derretida inundou dezenas de assentamentos nos Montes Urais, na Sibéria e em áreas do Cazaquistão próximas a rios como o Ural e o Tobol, que, segundo as autoridades locais, subiram metros em questão de horas, atingindo os níveis mais altos já registrados.

O rio Ural, o terceiro maior da Europa, que flui pela Rússia e pelo Cazaquistão até o Mar Cáspio, rompeu uma barragem na sexta-feira, inundando a cidade de Orsk, ao sul dos Montes Urais.

Os níveis de água em Oremburgo, uma cidade próxima com cerca de 550.000 habitantes, estavam subindo.

Sirenes em Kurgan, uma cidade no rio Tobol, um afluente do Irtysh, alertaram as pessoas a saírem imediatamente. Uma emergência também foi declarada em Tyumen, uma importante região produtora de petróleo da Sibéria Ocidental - a maior bacia de hidrocarbonetos do mundo.

"Os dias difíceis ainda estão por vir para as regiões de Kurgan e Tyumen", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres. "Há muita água chegando."

O presidente Vladimir Putin conversou com o presidente Kassym-Jomart Tokayev, do Cazaquistão, onde mais de 86.000 pessoas foram retiradas devido às enchentes. Tokayev disse que a inundação foi provavelmente a pior dos últimos 80 anos.

As áreas mais severamente atingidas são as regiões de Atyrau, Aktobe, Akmola, Kostanai, leste do Cazaquistão, norte do Cazaquistão e Pavlodar, a maioria das quais faz fronteira com a Rússia e é atravessada por rios originários da Rússia, como o Ural e o Tobol.

Na Rússia, houve irritação em Orsk quando pelo menos 100 russos imploraram ao chefe do Kremlin que ajudasse e gritaram "vergonha de vocês" para as autoridades locais que, segundo eles, fizeram muito pouco.

O Kremlin disse que Putin estava sendo constantemente atualizado sobre a situação, mas que não tinha planos imediatos de visitar a zona de inundação, já que as autoridades locais e de emergência estavam fazendo o possível para lidar com o dilúvio.

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