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Rússia e China vetam resolução dos EUA no Conselho de Segurança da ONU para conflito em Gaza

Texto apresentado recebeu 10 votos a favor; proposta russa também foi vetada durante a reunião

25 out 2023 - 17h29
(atualizado às 17h49)
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Reunião foi presidida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira
Reunião foi presidida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira
Foto: Divulgação

As propostas dos Estados Unidos e da Rússia para a resolução do conflito entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza, foram vetada durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira, 25. Mais de 6 mil palestinos já morreram e 17 mil ficaram feridos após ataques israelenses à Gaza durante os 18 dias de conflito. Do lado israelense, o número de mortos permanece em 1.405, além de mais de 5 mil feridos.

A proposta dos Estados Unidos reconhece o direito de Israel de se defender 'contra ataques terroristas', sem mencionar a ocupação ilegal de territórios palestinos por Israel. Na reunião presidida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, Rússia e China votaram contra a proposta norte-americana, que foi considerada como 'politizada' e que não condenava o 'uso indiscriminado e desproporcional de força, tampouco pedia uma investigação sobre o ataque ao Hopistal de Al-Ahli'. O Brasil se absteve. Ao todo, a proposta recebeu 10 votos a favor. 

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, acusou a proposta dos EUA de ignorar a crise humanitária e de ser apenas uma estratégia política e 'muito politizada' que também 'ignora a ocupação  israelense na região'. 

"A China não nega de forma alguma as preocupações de segurança de Israel. O que nos opomos é que o texto tente estabelecer uma nova narrativa sobre a questão israelo-palestiniana, ignorando o fato de que o Território Palestino está ocupado há muito tempo", avaliou Zhang Jun, embaixador da China na ONU. 

Na semana passada, os Estados Unidos vetaram uma resolução elaborada pelo Brasil, que havia recebido 12 votos a favor, criticando a falta de menção ao direito de defesa de Israel. Já a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas, acusou a Rússia de criar um texto de última hora e sem permitir consultas com os outros pares do conselho.  

Entenda como foi a votação para a proposta dos Estados Unidos: 

  • 10 votos a favor (Albânia, França, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Suíça, Reino Unido, EUA)
  • 3 votos contra (Rússia, China, Emirados Árabes Unidos)
  • 2 abstenções (Brasil, Moçambique)

 Entenda como foi a votação para a proposta da Rússia: 

  • 4 votos a favor (China, Gabão, Rússia, Emirados Árabes Unidos)
  • 2 votos contra (Reino Unido, EUA)
  • 9 abstensções (Albânia, Brasil, Equador, França, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça)

Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:

  • Desde o início do conflito, mais de 6.546 palestinos morreram, sendo 2.704 crianças e 1.584 mulheres, e 16 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 305 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
  • O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
  • A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
  • Os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948; 
  • Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel;
  • Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo; 
  • Israel intensificou o bloqueio à Faixa de Gaza, cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza;
  • Hamas ameaçou matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
  • Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
  • Cerca de 1 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2,3 milhões, sendo 47% crianças;
  • Bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou;
  • Representante palestino na ONU pediu um cessar-fogo imediato;
  • Governo já repatriou mais de 1.135 brasileiros na operação Voltando em Paz;
  • Estados Unidos vetaram a resolução brasileira no Conselho de Segurança da ONU; Propostas dos EUA e da Rússia também são vetadas;
  • A terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada na noite de quinta-feira, 19;
  • Hamas libertou ao menos quatro reféns. A negociação foi feita por intermédio do Catar. Outros 200 seguem detidos em Gaza;
  • Mais de 100 caminhões aguardam no lado egípcio da fronteira de Rafah para entrar em Gaza com ajuda humanitária; a fronteira foi aberta pela primeira vez no sábado, dia 20.    
Fonte: Redação Terra
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