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Rússia e Ucrânia não chegam a acordo sobre preço do gás

Negociações devem continuar

10 jun 2014 - 14h09
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Logotipo da empresa russa produtora de gás natural Gazprom é visto em um anúncio instalado no telhado de um prédio em São Petersburgo, em 14 de novembro de 2013
Foto: AP

A Rússia e a Ucrânia não chegaram a um acordo para solucionar o preço do gás e o pagamento ucraniano pelas exportações de combustível russo, anunciaram hoje (10) os ministros da Energia de ambos os países.

“Infelizmente não conseguimos chegar a um acordo. Não encontramos uma solução sobre o preço e o mecanismo de pagamento. Infelizmente não demos nenhum passo e estamos no mesmo ponto em que estávamos em 2 de junho”, disse o ministro da Energia ucraniano, Yuri Prodan, no final de uma reunião em Bruxelas, na Bélgica. 

Yuri Prodon informou que mantém o acordo efetuado no começo do mês para chegar a uma solução quanto ao preço e ao pagamento da dívida. “ A posição russa sobre o preço do gás mudou”, observou.

“Moscou propôs um mecanismo de fixação do preço que implica  em redução baseada em uma baixa das exportações”, explicou.

Do lado ucraniano, disse, as autoridades governamentais "não aceitaram o mecanismo" para a fixação do preço. “Nós queremos chegar a um acordo sobre o preço baseado no mercado”, disse Prodan.

O ministro ucraniano explicou que a Comissão Europeia fez algumas propostas que vão ser levadas em conta. Segundo ele, a "boa notícia" é que “as negociações vão continuar”. Os negociadores ucranianos e russos acordaram voltar a reunir-se nas próximas horas.

“Se não chegarmos a um acordo, as relações entre a Ucrânia e a Rússia serão tratadas no Tribunal de Arbitragem de Estocolmo”, disse Prodan.

O ministro russo da Energia, Aleksandr Novak, por outro lado, insistiu que a Ucrânia deve pagar US$ 1.451 milhões antes que acabem estas negociações - montante que corresponde à importação do gás russo por Kiev entre dezembro e novembro de 2013.

“A posição russa se manteve sem alterações”, disse o ministro, apesar de os negociadores ucranianos terem proposto um acordo que previa os pagamentos pendentes relacionados aos dois últimos meses do ano passado.

Novak informou também que a Ucrânia deve à Rússia outros US$ 500 milhões pelo gás recebido entre abril e maio deste ano.

“Pela primeira vez nas nossas consultas abordamos a questão relacionada aos preços do gás no futuro [junho, julho e agosto]”, enfatizou Novak.

O ministro russo confirmou que Moscou continua comprometido com os acordos firmados e que o plano proposto hoje poderia e deveria ser aceito por todas as partes. 

O comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, disse que as partes se comprometeram evitar erros que dificultam as negociações e realçou que vão continuar a negociar, apesar de "algumas posições diferentes". Esta foi a quinta reunião ministerial que os dois países realizaram sobre o gás.

A União Europeia é um dos interessados na resolução entre a Ucrânia e a Rússia, porque 39% do gás que a comunidade europeia consome vêm da Rússia. A grande parte passa pela Ucrânia.

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Agência Brasil Agência Brasil
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