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Rússia intensifica campanha legal contra historiador que expôs crimes de Stalin

28 jun 2018 - 16h16
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Um historiador russo cuja exposição dos crimes do líder soviético Josef Stalin revoltou as autoridades foi acusado nesta quinta-feira por investigadores federais de agredir sexualmente sua filha adotiva mesmo depois de ter sido inocentado de acusações semelhantes em abril.

Historiador russo Yuri Dmitriev é escoltado antes de uma audiência em tribunal em Petrozavodsk
28/06/2018
REUTERS/Vladimir Larionov
Historiador russo Yuri Dmitriev é escoltado antes de uma audiência em tribunal em Petrozavodsk 28/06/2018 REUTERS/Vladimir Larionov
Foto: Reuters

A nova denúncia foi feita enquanto a Rússia sedia a Copa do Mundo, um evento que políticos de oposição acusam estar sendo usado pelas autoridades para tentar ocultar notícias ruins em um momento no qual a Human Rights Watch diz que o país vive sua "pior crise de direitos humanos" desde a era soviética.

    Algumas das principais figuras culturais da Rússia disseram que Yuri Dmitriev está sendo perseguido porque seu foco nos crimes de Stalin se choca com a narrativa do Kremlin, segundo o qual a Rússia não deve se envergonhar de seu passado.

    Seu verdadeiro crime, dizem, é estar se dedicando a documentar o Grande Terror de Stalin de 1937-38, durante o qual quase 700 mil pessoas foram executadas, de acordo com estimativas oficiais conservadoras. Dmitriev, de 62 anos, encontrou uma vala coletiva de até 9 mil corpos que data deste período.

    Na quarta-feira uma porta-voz da União Europeia disse que o bloco vê o caso contra Dmitriev, que afirmou já tê-lo obrigado a passar 13 meses sob custódia, como "dúbio" e que espera que Moscou o rejeite.

    Nesta quinta-feira investigadores apresentaram novas acusações contra ele. Segundo a agência de notícias Interfax, o advogado de Dmitriev, Viktor Anufriev, disse que um tribunal de Petrozavodsk, cidade do noroeste russo, ordenou que Dmitriev fique detido por dois meses.

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