Script = https://s1.trrsf.com/update-1731945833/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Rússia reforça ofensiva na Ucrânia e bombardeia Kharkiv

Segunda rodada de negociações quase foi cancelada

2 mar 2022 - 12h46
(atualizado às 14h34)
Compartilhar
Exibir comentários

Após quase uma semana de invasão, a Rússia reforçou nesta quarta-feira (2) sua ofensiva contra algumas das principais cidades da Ucrânia e voltou a ser acusada de bombardear alvos civis.

Incêndio em prédio da polícia em Kharkiv após bombardeio russo
Incêndio em prédio da polícia em Kharkiv após bombardeio russo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

As Forças Armadas de Moscou reivindicam a tomada da cidade portuária de Kherson, no sul ucraniano, perto da península da Crimeia, tomada pela Rússia em 2014. "As divisões russas têm o pleno controle do centro regional de Kherson", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

Já Mariupol, 400 quilômetros a leste de Kherson, está cercado por rebeldes da autoproclamada "república" de Donetsk, cuja independência foi reconhecida pelo presidente Vladimir Putin na semana passada.

De acordo com o prefeito Vadym Boichenko, mais de 500 mil pessoas estão bloqueadas em Mariupol, que não tem mais água potável. "As forças de ocupação russas fizeram de tudo para impedir a saída de civis da cidade. Não podemos nem mesmo retirar os feridos das ruas, já que os bombardeios não param", declarou Boichenko, segundo o jornal britânico The Guardian.

Em outra frente, no nordeste da Ucrânia, paraquedistas russos aterrissaram em Kharkiv, cidade estratégica situada perto da autoproclamada "república" de Lugansk. Segundo a Prefeitura de Kharkiv, pelo menos 21 pessoas morreram nos bombardeios, que atingiram edifícios da polícia, dos serviços de segurança e até da Universidade Nacional Karazin.

O Exército ucraniano também denuncia o ataque contra um hospital na cidade, que é a segunda mais populosa do país, com 1,4 milhão de habitantes. "Estamos todos em choque, parece que estou dentro de um filme", disse à ANSA um italiano que vive a oito quilômetros de Kharkiv.

"Estamos sem aquecimento e sem água há quatro dias. Por sorte tinha a neve, de onde tiramos nossa água. Bloqueamos todas as janelas para evitar que quebrem e por medo que [soldados] passem e atirem sem motivo", acrescentou.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a invasão russa na Ucrânia já matou pelo menos 136 civis, mas ainda existe muita incerteza sobre o real número de vítimas. Já o Ministério da Defesa de Moscou forneceu um primeiro balanço do conflito e contabiliza 498 soldados mortos e 1.597 feridos até o momento.

Em mais um discurso transmitido pela TV, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de querer "cancelar" seu país e sua história.

"Para muita gente na Rússia, nossa Kiev é completamente estrangeira. Eles não sabem nada de nossa capital nem de nossa história, mas receberam ordens de apagar nossa história, de apagar nosso país", declarou.

Negociações

O recrudescimento da ofensiva russa quase provocou o cancelamento da segunda rodada de negociações entre Kiev e Moscou, mas os dois lados confirmaram o prosseguimento das tratativas.

Uma delegação russa já se dirigiu para o local das negociações em Belarus, enquanto os ucranianos devem chegar nesta quinta-feira (3). A primeira rodada de tratativas, realizada na última segunda-feira (28), não produziu resultados.

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou o envio de mais 3 mil soldados para reforçar o flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), embora descarte mandar tropas para combater na Ucrânia. Os militares serão alocados em bases na Polônia e na Romênia.

Além disso, a Otan estuda fechar o espaço aéreo da Ucrânia. Essa medida havia sido descartada por líderes ocidentais nos últimos dias, já que estabeleceria a possibilidade de abater aviões russos nos céus ucranianos, mas é um dos principais pleitos de Kiev.

Ansa - Brasil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade