Rússia segue isolada na ONU um ano após início da guerra na Ucrânia; Brasil vota por retirada de tropas
A Assembleia Geral das Nações Unidas manteve o isolamento da Rússia nesta quinta-feira e pediu uma "paz abrangente, justa e duradoura", novamente exigindo que Moscou retire suas tropas e pare de lutar, em reunião para marcar um ano desde que Moscou invadiu a Ucrânia.
Apenas um dia depois de o principal diplomata da China visitar Moscou e prometer uma parceria mais profunda com a Rússia, Pequim se absteve na votação -- a quarta vez que o faz desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado.
O Brasil, por outro lado, abandonou a postura neutra que vinha adotando no ano passado e votou a favor da resolução aprovada nesta quinta-feira com 141 votos favoráveis e 32 abstenções. Seis países se juntaram à Rússia para votar contra.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido que seja criado um grupo de países para se alcançar a paz no conflito que completa um ano.
Lula destaca a importância da China -- país que mantém boa relação com o presidente russo, Vladimir Putin -- nessas negociações e já declarou sua intenção de tratar do assunto com o presidente chinês, Xi Jinping, em viagem ao país asiático em março.
O presidente brasileiro já tratou do tema com o chanceler alemão, Olaf Scholz, durante visita ao Brasil, e com o presidente da França, Emmanuel Macron, além do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quando Lula o visitou nos EUA.
Em setembro do ano passado, com a política externa ainda sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Brasil se absteve de votação de resolução no Conselho de Segurança da ONU condenando a proclamação da anexação de partes da Ucrânia pela Rússia. A resolução foi rejeitada após a Rússia exercer seu poder de veto.