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Rússia suspende tratado nuclear após EUA ameaçar retirada

Tratado de controle de armas nucleares de alcance intermediário foi assinado na era da Guerra Fria

2 fev 2019 - 11h26
(atualizado às 11h56)
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A Rússia suspendeu o tratado de controle de armas nucleares de alcance intermediário, assinado na era da Guerra Fria, disse o presidente Vladimir Putin neste sábado, depois de os Estados Unidos anunciarem a retirada do pacto e acusarem Moscou de praticar violações.

As relações entre o Ocidente e Moscou estão sob tensão em torno de questões que vão da anexação da Crimeia, antes na Ucrânia, às suspeitas de ingerência na eleição presidencial dos EUA.

Putin durante reunião em Moscou
 26/12/2018   Alexander Nemenov/Divulgação
Putin durante reunião em Moscou 26/12/2018 Alexander Nemenov/Divulgação
Foto: Reuters

Na sexta-feira, os EUA anunciaram que se retirariam do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, também conhecido como tratado INF, daqui a seis meses, a menos que Moscou pare de praticar violações ao pacto de 1987.

A retirada seria reconsiderada se a Rússia passasse a cumprir integralmente o acordo, disseram os norte-americanos.

O pacto proíbe ambos os países de alocar mísseis de curto e médio alcance na Europa. A Rússia nega violar o tratado.

"Os parceiros norte-americanos declararam que suspendem sua participação no acordo, nós suspendemos também", disse Putin durante a transmissão de uma reunião com o chanceler e ministros da Defesa.

Putin disse que a Rússia começará a trabalhar em novos mísseis, incluindo modelos hipersônicos. Ele ordenou aos ministros a não tomarem a inciativa em negociações sobre desarmamento com Washington, acusando os EUA de lentidão em responder a tais iniciativas.

"Temos repetidamente, durante muitos anos e constantemente, levantado a questão sobre negociações significativas acerca do tema do desarmamento", disse Putin.

"Vemos que nos últimos anos os parceiros não apoiaram tais iniciativas."

Os desentendimentos em torno do tratado provocaram fortes reações da Europa e na China. Os países europeus temem que o colapso do acordo leve a uma nova corrida armamentista, com o possível posicionamento no continente de uma nova geração de mísseis nucleares norte-americanos.

Neste sábado, a China pediu aos EUA que resolva sua diferenças com a Rússia por meio do diálogo.

Durante a reunião com Putin, o chanceler russo, Sergei Lavrov, acusou os EUA de violarem o INF e outros acordos sobre armas, entre eles o tratado de não-proliferação.

Putin disse que a Rússia não mobilizaria armamentos na Europa ou em outras regiões a menos que os EUA o façam.

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