Salvini é alvo de protestos durante comício na Itália
Em meio à crise, manifestantes carregaram bandeiras do M5S
O comício do vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, realizado na noite deste sábado (10) em Soverato, na região da Calábria, foi marcado por protestos. Centenas de manifestantes cantaram a música "Bella Ciao", símbolo da resistência antifascista, e exibiram cartazes e bandeiras do Movimento 5 Estrelas (M5S). As autoridades foram acionadas e o evento interrompido temporariamente devido a danos no sistema de som. Do palco, o líder da extrema-direita explicou que "um idiota danificou o sistema de som e foi bloqueado e identificado". "Danificar um sistema elétrico não é uma boa educação. Mas se eles vierem danificar uma planta, isso significa que estamos vencendo nossa batalha pela civilização", afirmou o vice-premier. Salvini ainda ressaltou que os manifestantes "precisariam de um pouco de serviço militar ou de um pouco de voluntariado na paróquia ou com os idosos" para terem o que fazer. Além disso, o ministro lamentou o fato de que "mulheres e homens da polícia devem se ocupar desses filhos de pais mimados".
O protesto contra o líder do partido Liga Norte ocorre em meio à crise política que coloca em risco a continuidade da coalizão com o M5S. Salvini defende novas eleições e seu partido já abriu uma moção de desconfiança contra o primeiro-ministro Giuseppe Conte, evidenciando o racha no governo italiano. Hoje, Salvini voltou a pressionar o Senado da Itália para se expressar até o próximo dia 15 de agosto sobre a crise. "Nada atrapalha. Os italianos querem um governo forte e livre", disse.
O ministro do Interior ainda reforçou que quer que a votação seja realizada até, no máximo, o mês de outubro. O ex-premier da Itália Matteo Renzi, por sua vez, afirmou que "o voto imediatamente seria insano" e fez um apelo para todas as forças políticas durante entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sera". Na publicação, o político de centro-esquerda explicou que o presidente Sergio Mattarella será capaz de avaliar a tarefa de um primeiro-ministro autoritário. "Ele terá escolhas: devemos dar-lhe hipótese concreta".