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Seis motivos por que o resultado da eleição presidencial dos EUA já é histórico (seja ele qual for)

8 mai 2016 - 09h11
(atualizado às 09h18)
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Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBCBrasil.com

Donald Trump agora está perto de garantir sua indicação para disputar a corrida presidencial americana pelo Partido Republicano, algo em que poucos apostavam há um ano.

A disputa entre os democratas ainda está em aberto, mas parece cada vez mais provável que Hillary Clinton seja a candidata, apesar da vitória do senador Bernie Sanders no Estado de Indiana, na última terça-feira.

Com o cenário mais claro, já é possível afirmar que, qualquer que seja o resultado da eleição, ele será histórico. Eis os motivos:

1) Um presidente mais velho

Ao tomar posse, Barack Obama tornou-se o quinto presidente mais jovem do país
Ao tomar posse, Barack Obama tornou-se o quinto presidente mais jovem do país
Foto: Getty / BBC News Brasil

Quando Barack Obama entrou pela primeira vez pela porta da frente da Casa Branca, em janeiro de 2009, ele tinha 47 anos e foi o quinto presidente mais jovem na história do país - Theodore Roosevelt detém o título por ter tomado posse com 42 anos e 322 dias de idade.

O próximo presidente será bem mais velho, aconteça o que acontecer. Sanders terá 75 anos no dia da posse, em 20 de janeiro, quase seis anos a mais que o presidente mais velho, Ronald Reagan. Trump celebrará seus 70º aniversário em 14 de junho, então ele também será o presidente mais velho do país, caso vença.

Por sua vez, Hillary Clinton fará 69 anos duas semanas antes da eleição, e seria a segunda mais velha a tomar posse, posto atualmente de William Henry Harrison, que tornou-se presidente em 1841 - e foi o último a ter nascido em solo britânico.

2) Nova York no centro da disputa

Em ambos os cenários, seja Trump x Clinton ou Trump x Sanders, esta será a primeira disputa presidencial entre nova-iorquinos desde 1944, quando o governador de Nova York Thomas E. Dewey concorreu contra Franklin D. Roosevelt.

Quem ganhar desta vez será o primeiro político com base nova-iorquina a ocupar o cargo em 71 anos (e, sim, sabemos que Hillary nasceu em Chicago, mas ela foi senadora pelo Estado e vive nele).

3) Gastos com campanha

Se Trump ganhar, será o candidato que menos gastou em muitos anos. Os registros da Comissão Eleitoral Federal mostram que ele investiu US$ 49 milhões (R$ 174 milhões) em sua campanha até o fim de março, dos quais US$ 36 milhões tirados do próprio bolso.

Nenhum outro candidato desde o democrata Al Gore, com US$ 126 milhões em 2000, gastou tão pouco. Clinton já usou US$ 187 milhões até agora.

Claro que Trump pode gastar ainda muito mais, caso obtenha a nomeação republicana, já que ainda será preciso fazer muita campanha até a eleição em novembro. Mas é provável que fique muito aquém dos gastos de Obama em sua reeleição - quase US$ 556 milhões.

4) Experiência na política

Uma vitória de Trump poderia ser significativa por outra razão: ninguém se elegeu presidente em mais de 60 anos sem governar um Estado ou passar pelo Congresso.

Mesmo assim, o último presidente sem experiência política, Dwight Eisenhower, foi comandante das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial antes de ser eleito em 1953.

Antes dele, Herbert Hoover, presidente entre 1929 e 1933, era engenheiro e se dedicava a causas humanitárias.

Nenhum candidato à Presidência era dono de uma rede de cassinos e hotéis. Trump alega que sua experiência com negócios e o fato de não estar intimamente ligado com o mundo da política são uma vantagem.

5) Uma mulher no comando?

Sarah Palin foi escolhida por John McCain para concorrer como vice
Sarah Palin foi escolhida por John McCain para concorrer como vice
Foto: Getty / BBC News Brasil

Os vários anos em que Hillary está na cena política de Washington podem fazer com que um fato seja ignorado: ela será a primeira presidente mulher se for eleita.

O mais próximo que já se chegou disso foi em 2008, quando o republicano John McCain escolheu de forma surpreendente a então governadora do Alasca Sarah Palin para ser sua companheira de chapa. E em 1984, quando o democrata Walter Mondale escolheu Geraldine Ferraro, a primeira mulher a concorrer como vice-presidente por um dos dois principais partidos do país.

Nenhum dos dois venceu a disputa.

6) Revezamento democrata?

Apenas dois democratas sucederam outro democrata como presidente. O mais recente foi James Buchanan, que ocupou o cargo entre 1857 e 1861.

Harry Truman e Lyndon Johnson eram vice-presidentes quando se tornaram presidentes após seus antecessores morrerem. Ambos venceram as eleições seguintes.

Portanto, uma vitória de Clinton ou Sanders teria um significado ainda maior para seu partido.

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