Seis razões que podem fazer as eleições dos EUA entrarem para a história
Com a aclamação de Hillary Clinton como virtual candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, a corrida deste ano pela Casa Branca ganha agora contornos mais definidos.
Ao que tudo indica, a ex-primeira dama e o empresário Donald Trump, do Partido Republicano, deverão disputar a sucessão de Barack Obama.
A BBC elencou seis pontos que podem fazer as eleições presidenciais americanas entrarem para a história:
1) 'Terceira idade'
Quando foi eleito presidente, aos 47 anos, Barack Obama tornou-se o quinto presidente mais jovem da história americana.
Theodore Roosevelt foi o mais novo a ocupar o cargo, aos 42 anos e 322 dias.
Independentemente do resultado, o sucessor de Obama será mais velho.
Donald Trump celebra seu aniversário de 70 anos no próximo dia 14 de junho. Se for eleito, ele será o presidente mais velho da história americana ─ Ronald Reagan tinha 69 anos quando assumiu o posto.
Já Hillary Clinton, por outro lado, faz 69 anos cerca de duas semanas antes da eleição. Se eleita, ela será a segunda mais velha a tomar posse, depois de Reagan.
Nessa hipótese, Hillary substitui William Henry Harrison, que se tornou presidente em 1841 (ele tinha 68 anos e 23 dias). Harrison foi o primeiro a morrer em exercício.
2) New York, New York
A corrida presidencial entre Trump e Hillary será a primeira entre nova-iorquinos desde 1944, quando o governador de Nova York, Thomas E. Dewey, disputou as eleições com Franklin D. Roosevelt.
Independentemente do resultado, o vencedor se tornará o primeiro nova-iorquino presidente em 71 anos.
Hillary nasceu em Chicago, mas foi eleita senadora por Nova York e fixou residência no Estado.
3) Money, money, money
Se vencer as eleições em novembro, Trump será um dos presidentes que menos terá gastado em sua campanha presidencial.
Segundo dados da Comissão de Eleição Federal, Trump gastou US$ 49 milhões até o final de abril, dos quais US$ 36 milhões de seu próprio bolso.
Nenhum candidato desde Al Gore em 2000 (US$ 126 milhões) gastou tão pouco. Por outro lado, Hillary já desembolsou US$ 187 milhões.
Como a campanha só termina em novembro, Trump ainda pode romper a marca. Mas dificilmente ultrapassará o total gasto por Obama ─ algo em torno de US$ 556 milhões.
4) Experiência
Uma vitória de Trump seria significativa por outra razão ─ nos últimos 60 anos, nenhum outro presidente foi eleito sem ter tido passagens por cargos no Executivo ou no Legislativo.
Ainda assim, o último presidente sem experiência política, Dwight Eisenhower, foi Comandante Supremo das Forças Aliadas na 2ª Guerra Mundial antes de ser eleito, em 1953.
Antes dele, Herbert Hoover, que foi presidente entre 1929 e 1933, havia atuado como engenheiro e filantropo.
Além disso, nenhum outro candidato foi dono de uma cadeia de cassinos e hotéis.
Trump, porém, tenta capitalizar em cima dessa "fraqueza": diz que sua experiência em conduzir negócios, e o fato de não ter laços políticos aparentes, o tornam a pessoa ideal para assumir a Casa Branca.
5) Uma mulher na Presidência?
A longeva carreira na política pode levar os mais desatentos a esquecer o óbvio: se eleita, Hillary se tornará a primeira presidente mulher dos Estados Unidos.
Em duas ocasiões, contudo, uma mulher chegou perto do cargo. Nas eleições de 2008, o candidato republicano John McCain convidou a então governadora do Alaska, Sarah Palin, para integrar sua chapa. O democrata Water Mondale fez o mesmo com Geraldine Ferraro em 1984.
Ambos perderam as eleições.
6) Revezamento democrata?
Apenas dois democratas sucederam diretamente outro democrata como presidente dos Estados Unidos. O mais recente foi James Buchanan, que governou o país de 1857 a 1861.
Mas há também os casos de Harry Truman e Lyndon Johnson, também democratas, vices que chegaram à Casa Branca com a morte de seus ocupantes. Eles se candidataram nas eleições seguintes e venceram.
Uma vitória de Hillary, portanto, daria ainda mais peso ao protagonismo do Partido Democrata.