Sem a redução de CO2, espécies podem sumir no Mediterrâneo
Mais de 80 mil plantas e animais foram examinados no estudo
O Mediterrâneo está correndo risco de perder metade das suas espécies se as emissões de CO2 não forem reduzidas pelo mundo, indica uma pesquisa publicada na revista acadêmica "Climatic Change" nesta quarta-feira (14).
Conduzido pelo World Wildlife Fund (WWF), junto com a British University of East Anglia e a Australian James Cook University, o estudo examinou a situação do Mediterrâneo a partir de um aprofundamento sobre o impacto do aquecimento em 80 mil espécies de plantas e animais em 35 áreas do planeta ricas em biodiversidade.
Aumentando 2ºC na temperatura global, que é o máximo permitido pelo acordo de Paris sobre o clima, é previsto que o Mediterrâneo colocaria em risco quase 30% da maioria dos grupos e espécies analisadas, segundo o estudo.
Se a temperatura aumentasse ainda mais, por exemplo para 4,5 graus, metade de uma biodiversidade desapareceria, até 90% dos anfíbios, 86% das aves e 80% dos mamíferos poderiam ser extintos nas savanas arborizadas de Miombo, na África do Sul.
A Amazônia, por outro lado, poderia perder 69% de suas espécies de plantas.No total 80 mil espécies foram examinadas.
Sobre o estudo, o WWF ressalta a necessidade da criação de políticas para reduzir as emissões de CO2, porque só assim ocorreriam mudanças climáticas.
A associação ambiental ainda pede instrumentos regulatórios e legislativos para o fechamento das usinas de carvão até 2025, e a definição do plano nacional de energia e clima, e a estratégia de descabornização a longo prazo.
Sobre o risco da extinção das espécies, a presidente da WWF Donatella Bianchi, alerta: "Muitos dos lugares mais fascinantes da Terra, como a Amazônia e as Ilhas Galápagos e algumas áreas do Mediterrâneo, podem tornar-se irreconhecíveis aos olhos de nossos filhos".