Script = https://s1.trrsf.com/update-1723493285/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Mundo

Sem ter onde se esconder, moradores de Gaza se abrigam em antiga prisão

26 jul 2024 - 14h32
Compartilhar
Exibir comentários

Depois que semanas de bombardeios israelenses os deixaram sem ter para onde ir, centenas de palestinos foram parar em uma antiga prisão em Gaza, construída para conter assassinos e ladrões.

Yasmeen al-Dardasi disse que ela e sua família passaram por pessoas feridas que não puderam ajudar, enquanto se retiravam de um distrito no sul da cidade de Khan Younis em direção à Instalação Central de Correção e Reabilitação.

Eles passaram um dia embaixo de uma árvore antes de seguir para a antiga prisão, onde agora vivem em uma sala de oração. O local oferece proteção contra o sol escaldante, mas não muito mais.

O marido de Dardasi tem um rim danificado e apenas um pulmão, mas não tem um colchão ou cobertor.

"Também não estamos estabelecidos aqui", disse Dardasi, que, como muitos palestinos, teme ser desalojada mais uma vez.

Israel disse que faz de tudo para proteger os civis em sua guerra contra o grupo militante palestino Hamas, que governa Gaza. O Hamas liderou o ataque a Israel em 7 de outubro.

Os palestinos, muitos dos quais já foram deslocados várias vezes, dizem que nenhum lugar está livre do bombardeio israelense, que reduziu grande parte de Gaza a escombros.

Um ataque aéreo israelense matou pelo menos 90 palestinos em uma zona humanitária designada na área de Al-Mawasi, em 13 de julho, segundo o Ministério da Saúde do território. O ataque, segundo Israel, tinha como alvo o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza disse que ataques militares israelenses em áreas no leste de Khan Younis mataram 14 pessoas.

Bairros inteiros foram arrasados em um dos locais mais densamente povoados do mundo, onde a pobreza e o desemprego são generalizados há muito tempo.

De acordo com as Nações Unidas, nove em cada dez pessoas em Gaza estão agora deslocadas internamente.

Soldados israelenses disseram a Saria Abu Mustafa e sua família que eles deveriam fugir para locais seguros, pois havia tanques a caminho. A família não teve tempo para se trocar, então eles saíram com suas roupas de oração.

Depois de dormir do lado de fora, em um terreno arenoso, eles também encontraram refúgio na prisão, entre pilhas de entulho e buracos abertos nos prédios, devido aos embates que foram travados no local. Os presos haviam sido libertados muito antes do ataque de Israel.

"Não levamos nada conosco. Viemos para cá a pé, com crianças nos acompanhando", disse ela, acrescentando que muitas das mulheres tinham cinco ou seis filhos com elas e que era difícil encontrar água.

Ela estava segurando sua sobrinha nascida durante o conflito, que matou seu pai e seus irmãos.

Quando homens armados liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel, vindos de Gaza, em 7 de outubro, eles mataram 1.200 pessoas e fizeram mais de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.

Mais de 39.000 palestinos foram mortos na ofensiva aérea e terrestre que Israel lançou em resposta, segundo autoridades de saúde palestinas.

Hana Al-Sayed Abu Mustafa chegou à prisão depois de ser deslocada seis vezes.

Se os mediadores egípcios, norte-americanos e do Catar não conseguirem garantir um cessar-fogo, ela e outros palestinos poderão ser deslocados mais uma vez. "Para onde devemos ir? Todos os lugares para onde vamos são perigosos", disse.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade