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Senegalês é espancado e chamado de 'negro sujo' na Itália

País vem convivendo com recorrentes ataques contra estrangeiros

28 jul 2018 - 14h57
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Um solicitante de refúgio senegalês de 19 anos foi agredido e insultado com ofensas racistas em Partinico, na província de Palermo, sul da Itália, enquanto trabalhava como garçom em um bar.

Manifestação em Florença contra o racismo, após morte de imigrante senegalês, em março de 2018
Manifestação em Florença contra o racismo, após morte de imigrante senegalês, em março de 2018
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Ainda não se sabe as circunstâncias exatas do crime, mas o jovem denunciou à polícia que foi agredido durante o expediente por um grupo de rapazes que gritava "vá embora, negro sujo". A vítima sofreu ferimentos no lábio e nas orelhas.

"Não reagi porque não levanto as mãos. Poderia me defender, mas os educadores da comunidade me ensinaram que não se levanta as mãos", contou o senegalês, que vive em um abrigo para solicitantes de refúgio e refugiados há dois anos.

Situado na África Ocidental, Senegal tem cerca de 15,4 milhões de habitantes e não está em situação de guerra, embora a proteção internacional também possa ser concedida por motivos de perseguição ou opressão, mesmo em democracias.

Casos recorrentes

A Itália tem convivido com recorrentes casos de agressão contra minorias, desde imigrantes e refugiados até ciganos. Na última quinta (26), um homem de 33 anos originário de Cabo Verde e que trabalha como operário em Vicenza foi atingido por um disparo com arma de ar comprimido enquanto estava em um andaime a sete metros de altura.

Já em Caserta, um solicitante de refúgio foi acertado no rosto, também por uma pistola de ar comprimido. Ambos passam bem. Uma menina cigana de 13 meses, no entanto, não teve a mesma sorte: ela foi atingida por um tiro de fuzil de ar comprimido disparado por um aposentado da varanda de seu apartamento, em Roma.

A criança não corre risco de morrer, mas pode ficar paraplégica. O caso fez o presidente da Itália, Sergio Mattarella, vir a público para dizer que o país está virando um "faroeste". O governo italiano é fruto de uma coalizão entre o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga, que evitam condenar esses episódios com ênfase.

O ministro do Interior Matteo Salvini, responsável pelas forças de segurança no país, usa seu perfil no Twitter com frequência para divulgar crimes cometidos por estrangeiros, mas a mesma postura não é adotada quando imigrantes, refugiados ou ciganos são as vítimas.

Ansa - Brasil
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