Sinais indicam que crianças podem não transmitir Covid-19, dizem epidemiologistas britânicos
Existem sinais preliminares de que as crianças podem não disseminar o novo coronavírus tanto quanto os adultos, disseram dois epidemiologistas destacados nesta terça-feira, mas alertando que a má notícia é que a imunidade humana pode não durar muito tempo.
Enquanto Europa e Estados Unidos tentam voltar ao trabalho após a primeira onda letal do surto do coronavírus, líderes mundiais se esforçam para decidir quando é seguro para crianças e estudantes retomarem os estudos.
Os sinais são de que as crianças podem não transmiti-lo tanto quanto os adultos, disse a doutora Rosalind Eggo, que integra comitês que aconselham o governo do Reino Unido em sua reação à doença, a membros da Câmara Alta do Parlamento.
"Achamos que as crianças têm menos probabilidade de pegá-lo por enquanto, mas não é algo certo, estamos muito certos de que as crianças têm menos probabilidade de sofrer consequências graves e há indícios de que as crianças são menos infecciosas, mas não é algo certo", disse Eggo, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
John Edmunds, integrante do Grupo Científico de Aconselhamento para Emergências (Sage), disse ao comitê de ciência da Câmara dos Lordes que surpreende o fato de as crianças não desempenharem um papel importante na proliferação do coronavírus.
"É incomum que crianças não pareçam desempenhar um papel importante na transmissão, porque na maioria dos vírus e bactérias respiratórios elas têm um papel central, mas nisto não parece que têm", disse Edmunds, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
"Só existe um surto documentado associado com uma escola - o que é incrível."
Mas ele acrescentou que uma possível má notícia é que a imunidade humana ao novo coronavírus pode não durar muito tempo.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES