Sindicatos da França levam luta contra reforma da Previdência de volta às ruas
Servidores públicos protestaram pacificamente nesta terça-feira em cidades da França, atendendo a pedido de sindicados para a realizarem um dos maiores protestos em décadas contra a reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron.
Os usuários do transporte enfrentaram grandes transtornos para se locomover no sexto dia de greve, que segundo os sindicatos forçou escolas a fecharam em Paris, linhas aéreas a cancelarem 20% dos voos e as refinarias a suspenderem a distribuição.
Os sindicatos não mostram sinais de recuo na batalha que pode definir a presidência de Macron, que está determinado a reformar um sistema de mais de 40 planos de pensão que oferecem alguns dos benefícios mais generosos do mundo.
"Sim, existe a necessidade de reforma o sistema previdenciário. Mas não há necessidade de acabar com ele", disse Philippe Martinez, chefe do sindicado CGT à France 2.
Os sindicatos estão pedindo que ferroviários, médicos, professores e outros servidores públicos aumentem a pressão sobre Macron antes de seu governo apresentar suas propostas na quarta-feira.
A greve é uma das maiores desde 1995, quando o primeiro-ministro Alain Juppé foi forçado a desistir de uma reforma da Previdência depois de semanas de paralisação industrial, uma derrota da qual nunca se recuperou.
Macron quer substituir o complicado sistema de pensões, que comporta mais de 40 planos diferentes, por um modelo único baseado em pontos no qual todo pensionista tem direitos iguais para cada euro com que contribuiu.
Sem uma reforma, haverá um déficit de até 17 bilhões de euros, 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), até 2025, previu um comitê independente.