Script = https://s1.trrsf.com/update-1729514441/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Mundo

Sínodo do Vaticano elogia liderança feminina, mas não aborda entrada de mulheres no clero

26 out 2024 - 16h17
Compartilhar
Exibir comentários

Um importante encontro de líderes católicos mundiais no Vaticano acabou neste sábado com um pedido para que mulheres ocupem mais cargos de liderança na Igreja, mas não chegou a pedir que elas sejam nomeadas ao clero.

O evento, que reuniu cardeais, bispos e pessoas de mais de 110 países, também não abordou a inclusão da comunidade LGBTQ, apesar da discussão de que a Igreja pode ser mais receptiva ao grupo.

O papa Francisco convocou o encontro de um mês de duração, conhecido como Sínodo dos Bispos, para analisar o futuro da Igreja. Foi o segundo evento desse tipo em dois anos, com destaque para as reuniões a portas fechadas de 368 membros com direito a voto, incluindo cerca de 60 mulheres.

Defensores de um maior papel feminino na Igreja esperavam que o sínodo permitisse a nomeação de mulheres como diaconisas. Mas o texto final não avançou sobre essa possibilidade, dizendo apenas que "não há razão ou impedimento para que mulheres ocupem cargos de liderança na Igreja".

O documento afirma que a questão das diaconisas "permanece aberta" e que "o discernimento precisa continuar".

A Igreja Católica tem um clero 100% masculino, e o papa João Paulo 2º declarou que não tinha autoridade para nomear mulheres como sacerdotisas. Mas historiadores afirmam ter evidências de que, nos primeiros séculos, mulheres serviram como diaconisas — autoridades que não possuem, contudo, o direito de celebrar missas.

Francisco, que tem 87 anos, criou duas comissões no Vaticano para analisar a ordenação de diaconisas. O assunto é um dos dez que foram discutidos no sínodo e que serão analisados com mais cuidado por grupos que vão realizar estudos até junho de 2025.

O documento final do sínodo, um texto de 52 páginas aprovado por assembleia na tarde deste sábado, também pediu que os fiéis tenham mais voz na escolha dos bispos, e se desculpou várias vezes pela dor "incalculável e permanente" daqueles que foram abusados por membros do clero.

Cada um dos 155 parágrafos do texto precisa de dois terços dos votos para ser aprovado. O que cita as mulheres como diaconisas foi o que teve maior número de "nãos". Ainda assim, passou por 258 votos a 97.

O texto não menciona a comunidade LGBT, apesar de ter feito uma referência velada a pessoas na Igreja que "sentem a dor por serem excluídas ou julgadas por causa de sua situação matrimonial, identidade ou sexualidade".

O tratamento dado a católicos da comunidade LGBTQ tem sido um importante tópico de debate desde o sínodo de 2023. Houve relatos de que alguns membros trouxeram emotivos testemunhos pessoais à assembleia sobre parentes que se sentiam excluídos da Igreja.

O reverendo James Martin, importante padre jesuíta norte-americano que ministra à comunidade LGBTQ e participou do sínodo, disse que "não foi surpresa alguma" o novo texto não mencionar o grupo.

"Falamos sobre a dor daqueles que se sentem excluídos", disse ele sobre o texto final. "O diálogo em torno dos temas LGBTQ foi muito mais fácil este ano."

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade