Sinovac quer distribuir vacina na América do Sul
Em parceria com o Instituto Butantan, a fabricante da vacina também quer estender o fornecimento para além do Brasil
A chinesa Sinovac Biotech espera fornecer sua vacina experimental contra a Covid-19 para mais países sul-americanos ao terceirizar alguns processos de fabricação para o Instituto Butantan, ligado ao governo do Estado de São Paulo, disse o chairman e presidente-executivo da companhia nesta quinta-feira.
Fabricantes globais de vacina, como a Sinovac e a AstraZeneca, fizeram parcerias no Brasil para a realização de testes clínicos em estágio avançado de suas candidatas a vacina no país, que tem o terceiro maior número de infectados do mundo.
A Sinovac planeja fornecer produtos semifinalizados ao Butantan, que fará a formulação e envase para o fornecimento da vacina finalizada a outros países sul-americanos, disse o chairman e presidente-executivo da Sinovac, Yin Weidong, em entrevista coletiva.
A China incluiu a candidata a vacina da Sinovac, batizada de CoronaVac, em seu programa de uso emergencial lançado em julho, mas os testes em estágio avançado no exterior ainda não foram concluídos, o que levantou dúvidas em relação à segurança entre especialistas.
Na quarta-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que dos 50 mil voluntários que participaram de testes com a CoronaVac na China 94,7% não apresentaram qualquer reação adversa e que, no Brasil, até o momento, nenhum voluntário que participa do estudo apresentou qualquer efeito colateral. Ele disse ainda esperar que a imunização comece em São Paulo em dezembro. [nL2N2GK1DU]
Yin disse que a Sinovac está disposta a colaborar e compartilhar dados com outros países sobre o uso emergencial da vacina se eles precisarem de programas deste tipo. Ele disse que a empresa mantém conversas com o Chile e com outros países para a realização de estudos clínicos de Fase 3, mesma etapa que está sendo feita no Brasil e que é a última antes do pedido de registro da vacina junto a órgãos reguladores.
"Diferentes países têm suas próprias opções sobre autorização para uso emergencial", disse Yin, acrescentando não saber se eles seguirão o exemplo da China.