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Socialistas vencem eleição em Portugal, mas sem maioria absoluta

7 out 2019 - 09h13
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O governista Partido Socialista venceu a eleição parlamentar de domingo em Portugal, mas ficou aquém de uma maioria absoluta, o que significa que o primeiro-ministro António Costa terá que negociar um novo acordo com um ou os dois partidos de extrema-esquerda.

António Costa comemora vitória na eleição de Portugal
07/10/2019
REUTERS/Rafael Marchante
António Costa comemora vitória na eleição de Portugal 07/10/2019 REUTERS/Rafael Marchante
Foto: Reuters

Algumas semanas atrás, pesquisas de opinião mostravam que Costa, cuja aprovação foi favorecida por uma economia robusta, tinha possibilidade de conseguir uma maioria plena. No fim, os socialistas saíram mais forte do que na eleição de 2015, mais ainda necessitado de aliados.

"Ficou claro nesta eleição que o PS está reforçado e que os partidos aliados consolidaram suas posições", disse Costa, com um sorriso amplo, aos apoiadores que bradavam "Vitória! Vitória!"

"Como não temos maioria sozinhos, temos que encontrar soluções que garantam estabilidade pelos próximos quatro anos", acrescentou.

Costa disse que os eleitores aprovaram o acordo de 2015, graças ao qual o Bloco de Esquerda e os comunistas surpreenderam apoiando seus socialistas para afastar a direita, e querem que ele continue, acrescentando que também pretende negociar com o partido novato Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

Após a contagem da maioria dos votos, os socialistas lideravam com 106 cadeiras. Isso os coloca em primeiro lugar, mas como só quatro assentos ainda não foram decididos eles não conseguirão a maioria plena de 116 das 230 vagas da assembleia.

Os socialistas aumentaram substancialmente sua representação em relação aos 86 parlamentares de 2015.

O governo de Costa foi elogiado por Bruxelas e em casa por combinar disciplina fiscal com medidas para incentivar o crescimento após a recessão e a austeridade adotada na crise financeira portuguesa de 2010-14

Ele disse aos seus apoiadores que continuará a reduzir o déficit orçamentário e a dívida, mas isso pode ser complicado pelas exigências de seus aliados em potencial.

"Estas negociações podem ser mais complexas do que quatro anos atrás, quando o pacto da esquerda foi cimentado por seu objetivo em comum de desbancar a direita", disse o cientista político Antonio Costa Pinto.

"Agora a esquerda como um todo está reforçada... obviamente eles testarão os limites orçamentários e as projeções econômicas para os próximos anos", opinou ele, que acredita que as negociações levarão algumas semanas, agora com mais participantes.

Líderes do Bloco de Esquerda e dos comunistas disseram que não têm objeções à manutenção de Costa como premiê e que estão abertos para negociar se os socialistas se comprometerem a melhorar a vida dos trabalhadores.

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