Soldados do Zimbábue entram em confronto com manifestantes após denúncia de fraude em eleição
Soldados dispararam com armas automáticas na capital do Zimbábue nesta quarta-feira após serem chamados para dispersar manifestantes que entraram em confronto com a polícia depois que o principal líder de oposição acusou o partido governista de tentar manipular o resultado das eleições do país.
Ao menos uma pessoa foi morta a tiros por soldados perto de um terminal de ônibus, disseram testemunhas a um fotógrafo da Reuters.
Observadores da União Europeia também questionaram a condução da primeira votação no Zimbábue desde que Robert Mugabe foi forçado a renunciar na esteira de um golpe em novembro, depois de 40 anos no poder. Eles expressaram preocupação com os atrasos na divulgação dos resultados da disputa presidencial.
O líder do Movimento pela Mudança Democrática, Nelson Chamisa, disse no Twitter que venceu o "voto popular" na eleição parlamentar e presidencial de segunda-feira, na qual enfrentou o sucessor de Mugabe, Emmerson Mnangagwa, do partido governista Zanu-PF.
Mnangagwa também recorreu ao Twitter, pedindo calma e paciência antes do anúncio dos resultados.
Multidões queimaram pneus no centro da capital Harare, bloqueando algumas ruas e se envolvendo em batalhas contínuas com a polícia, que usou canhões de água para afastar os manifestantes.
O observador-chefe da UE, Elmar Brok, disse que ainda não sabe se as falhas terão um efeito palpável no desfecho da eleição, e criticou a Comissão Eleitoral do Zimbábue (ZEC) por ser "unilateral" às vezes.
A avaliação da UE é essencial para determinar se o Zimbábue pode se livrar de seu status de pária, o que pode ajudar a atrair investidores e desencadear um ressurgimento econômico.
A UE não entende por que a divulgação dos resultados da corrida presidencial está demorando tanto, disse.
"Quanto mais demora para os resultados da eleição presidencial serem conhecidos, mais falta de credibilidade isso acarreta", afirmou Brok.