Soldados israelenses disfarçados de médicos matam 3 em hospital; militares dizem que alvos eram 'combatentes'
Imagens de câmeras de segurança mostram membros de uma unidade secreta de Israel disfarçados de médicos e civis caminhando por um corredor com fuzis nas mãos
Forças israelenses mataram três supostos integrantes de grupos armados palestinos em um hospital na Cisjordânia.
Imagens de câmeras de segurança mostram membros de uma unidade secreta de Israel disfarçados de médicos e civis caminhando por um corredor com fuzis nas mãos.
Os militares israelenses disseram que os palestinos mortos estavam escondidos no hospital de Jenin e que um deles estava prestes a realizar um ataque.
O ministério da Saúde da Autoridade Palestina acusou Israel de realizar um "novo massacre dentro dos hospitais".
O grupo armado palestino Hamas, que desencadeou a guerra na região com um ataque a Israel em 7 de outubro, disse que as forças israelenses "executaram três combatentes", incluindo um dos seus membros.
Outro grupo armado, a Jihad Islâmica Palestina, disse que dois dos mortos eram seus "membros e irmãos" e afirmou que um deles estava recebendo tratamento no hospital.
O vídeo da câmera de segurança do hospital Ibn Sina mostra vários membros da unidade secreta israelense - homens e mulheres - correndo em um corredor, apontando suas armas a esmo.
As tensões aumentaram na Cisjordânia desde os ataques de 7 de outubro, com operações quase diárias de Israel e confrontos com palestinos. Jenin, um reduto militante, tem sido foco de ataques há meses.
Desde 7 de outubro, as forças israelenses mataram pelo menos 357 palestinos - entre combatentes e civis - na Cisjordânia. Os colonos israelenses mataram pelo menos oito palestinos, segundo as Nações Unidas.
Os palestinos da Cisjordânia mataram pelo menos 10 israelenses em ataques na Cisjordânia e em Israel no mesmo período.
Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que o suspeito do Hamas que foi morto tinha "planejado um ataque inspirado no massacre de 7 de outubro".
Nessa data, vários homens armados do Hamas invadiram Israel a partir de Gaza, mataram cerca de 1.300 pessoas - principalmente civis - e levaram cerca de 250 outras de volta para Gaza como reféns.
O ataque desencadeou a campanha militar de Israel em Gaza, com o objetivo declarado de destruir o Hamas.
O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em Gaza afirma que mais de 26 mil palestinos - a maioria mulheres e crianças - foram mortos na ofensiva israelense.
A agência oficial de notícias palestina na Cisjordânia, a Wafa, disse que os três palestinos no hospital foram "assassinados".
Segundo as suas fontes no hospital, cerca de 10 membros das forças especiais israelenses vestidos com roupas civis dirigiram-se ao terceiro andar, onde mataram os homens com armas equipadas com silenciadores.
Um dos morto estava recebendo tratamento de um ferimento no hospital desde 25 de outubro, acrescentaram as fontes do hospital.