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'Sou má', escreveu em anotação enfermeira acusada de matar sete recém-nascidos

Lucy Letby é acusada de assassinar sete bebês e tentar matar outras 10 crianças em uma unidade neonatal de hospital na Inglaterra

3 mai 2023 - 17h33
(atualizado em 5/5/2023 às 16h24)
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Enfermeira é acusada de assassinar sete bebês em hospital
Enfermeira é acusada de assassinar sete bebês em hospital
Foto: SWNS

A enfermeira Lucy Letby pode ter produzido provas contra si mesma no processo em que é acusada de assassinar sete bebês - sendo cinco meninos e duas meninas - na unidade neonatal do hospital Condessa de Chester, no noroeste da Inglaterra. Durante as investigações dos crimes, realizados entre 2015 e 2016, foram encontradas anotações que seriam da profissional de saúde em que ela dizia ser uma "pessoa horrível e má" e que "os matou de propósito".

Outras notas, no entanto, supostamente proclamavam sua inocência. "Eu não fiz nada de errado e eles não têm provas, então por que eu tive que me esconder?", escreveu.  

Apesar dos achados, a enfermeira negou em sessão do tribunal de Manchester, na terça-feira, 2, que tenha matado os recém-nascidos. Durante o julgamento dela, que acontece desde outubro de 2022, vários colegas testemunharam ter presenciado um comportamento suspeito da ex-enfermeira.

Segundo a revista estadunidense People, Lucy Letby responde também pela morte de outras dez crianças. Em uma das acusações de homicídio, a polícia aponta que Letby tentou assassinar uma criança enquanto a enfermeira responsável pelo bebê estava de folga.

Segundo o Dr. Dewi Evans, testemunha deste caso, na ocasião, o bebê recebeu "muito mais leite" do que o prescrito e a superalimentação não poderia ter sido um acidente, mas uma "intenção de prejudicá-lo", de acordo com a BBC. Esse bebê sobreviveu, mas outros sete, não.

Segundo a People, as sete mortes foram causadas por excesso de leite, ar, insulina ou líquidos. Entre as vítimas estavam dois bebês de trigêmeos, casos dos quais a enfermeira é acusada de atacá-los logo após o nascimento. 

Além disso, Letby supostamente fez duas tentativas de assassinar o terceiro trigêmeo. No entanto, o bebê foi retirado do hospital por insistência dos pais e teve uma "recuperação rápida", segundo a BBC.

Crianças sobreviveram a vários ataques

Algumas das crianças, segundo os promotores, sobreviveram a vários ataques antes de morrer.

"Os colapsos de todas as 17 crianças envolvidas não foram 'tragédias naturais'", disse o promotor Nick Johnson ao júri durante o julgamento de Letby. "Eles foram todos obra da mulher no banco dos réus, que, dizemos, era a presença malévola constante quando as coisas pioravam para essas 17 crianças".

Um dos bebê que sobreviveu a três supostos ataques, segundo testemunharam os pais em dezembro, foi superalimentado pela enfermeira com leite e ar. Com isso, a vítima teve "danos cerebrais irreversíveis", como paralisia cerebral tetraplégica.

Letby se declarou inocente de todas as acusações.

Outras evidências

O promotor Nick Johnson descreveu Letby como uma "presença malévola" no hospital. A promotoria também mostrou ao júri mensagens de texto enviadas por Letby a um amigo, nas quais a ex-enfermeira supostamente escreveu que teve um "mini-colapso" com o que aconteceu no trabalho. Os textos foram trocados semanas após a morte de três bebês.

Ex-colegas de trabalho também testemunharam contra Letby. Em 24 de outubro de 2022, um colega disse que a saúde de uma menina, identificada apenas como 'Criança B', começou a piorar rapidamente sob os cuidados dela. O irmão gêmeo da 'Criança B' já havia falecido e quando a menina adoeceu, e o primeiro pensamento da colega foi "de novo, não", porque havia um número anormalmente alto de óbitos infantis inexplicados na unidade.

"Os bebês podem ficar muito mal rapidamente, mas geralmente há alguma indicação de que está acontecendo", disse a testemunha. "Não tivemos preocupações indevidas". 

Já a supervisora de Letby testemunhou que observou a profissional passava uma quantidade incomum de tempo com um bebê prematuro de quem ela não foi designada a cuidar. Esse bebê inesperadamente piorou de saúde e morreu.

Já em um caso de outra vítima, identificada como 'Criança E', a mãe do bebê testemunhou que encontrou seu filho em estado de angústia, sangrando pela boca, mas Letby descartou suas preocupações. "Confie em mim, sou uma enfermeira", disse a profissional acusada do assassinato. A criança morreu cinco horas depois.

Letby também escreveu um cartão de condolências para outro casal de pais cujo filho ela supostamente matou. "Não há palavras para tornar este momento mais fácil", escreveu Letby. "Foi um verdadeiro privilégio cuidar de [criança] e conhecê-lo como uma família - uma família que sempre colocou [criança] em primeiro lugar e fez todo o possível por ela. Ela sempre fará parte de suas vidas e nunca esqueceremos ela. Pensando em você hoje e sempre", dizia o cartão. 

Em abril de 2023, os jurados viram imagens do diário de Letby, que supostamente detalham as iniciais dos bebês que ela é acusada de matar. Os promotores também compartilharam um documento no qual alguns dos nomes dos bebês foram escritos, ao lado do que dizem ser as palavras de Letby "me mate" e "não sei se os matei. Talvez tenha matado. Talvez seja tudo culpa minha".

Ravi Jayaram, um médico sênior do Hospital Cheshire, testemunhou que levantou suspeitas sobre Letby à administração do hospital em 2015 e 2016, mas foi ignorado por meses. Em um caso, o Dr. Jayaram afirmou que observou Letby de pé sobre uma criança cujo tubo de respiração foi desalojado, observando os níveis de oxigênio do bebê caindo e sem fazer nada. O médico interveio, mas o bebê morreu três dias depois. 

A Polícia de Cheshire começou sua própria investigação sobre as mortes em maio de 2017, depois que foi alertada sobre o comportamento suspeito de Letby. Desde então, ela foi presa três vezes por suspeita de envolvimento com as mortes: primeiro em 2018 e novamente em 2019, embora tenha sido libertada nas duas vezes. Ela foi mantida sob custódia após sua prisão em novembro de 2020.

*Com informações da revista People e da BBC

Fonte: Redação Terra
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