Sucesso da Coreia do Sul contra coronavírus rende vitória eleitoral a partido governista
O partido do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, conquistou a maioria absoluta nas eleições parlamentares, mostraram resultados nesta quinta-feira, em uma vitória avassaladora propiciada pelo sucesso dos esforços do país para conter o novo coronavírus.
A eleição foi observada atentamente em todo o mundo por ser uma das primeira votações nacionais desde o início da pandemia.
As autoridades adotaram medidas de segurança rigorosas, desinfetando todas as 14 mil seções eleitorais e exigindo que os eleitores usassem máscaras, se submetessem a medições de temperatura, usassem álcool antisséptico e luvas plásticas e mantivessem uma distância segura uns dos outros.
Impulsionado pela votação antecipada intensa do final de semana, o comparecimento foi de 66,2%, a taxa mais alta de qualquer eleição parlamentar desde 1992, de acordo com a Comissão Eleitoral Nacional.
Cerca de 2.800 pacientes com coronavírus tiveram permissão de votar pelo correio ou em pessoa, neste caso usando cabines especiais, e mais de 13 mil em quarentena voluntária depositaram suas cédulas após o fechamento das seções.
Os índices de aprovação de Moon e de seu Partido Democrata sofreram um golpe duro em fevereiro, quando o primeiro grande surto fora da China atingiu a Coreia do Sul, que já sofria com uma estagnação econômica e uma série de escândalos políticos domésticos.
Mas desde então, a campanha amplamente bem-sucedida do governo contra o vírus se mostrou um tônico para a popularidade de Moon e de seu partido progressista.
O campo governista obteve 180 das 300 cadeiras do Parlamento unicameral, mais do que as 120 atuais. A principal coalizão de oposição conservadora conquistou 103 assentos, segundo a Comissão Eleitoral Nacional.
"O povo empoderou nossos esforços desesperados para superar a crise nacional ao longo desta eleição", disse Moon em um comunicado, agradecendo os cidadãos por obedeceram a diretriz de segurança e pelo alto comparecimento nas urnas.
O ex-primeiro-ministro Lee Nak-yon, que comandou a campanha do partido governista, disse em um pronunciamento na televisão que a vitória foi um "comando firme" dos eleitores para se combater o vírus e minimizar seu impacto econômico.
Uma maioria no Parlamento ajudará Moon a levar sua pauta adiante em seus dois últimos anos no cargo, o que inclui políticas fiscais mais frouxas visando a criação de empregos, um salário mínimo maior e um engajamento com a Coreia do Norte.