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Suécia não vai expulsar homem que se manifestou queimando cópias do Alcorão

26 out 2023 - 15h32
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A Agência de Migração da Suécia anunciou nesta quinta-feira que havia decidido pela deportação de um iraquiano que ateou fogo a exemplares do Alcorão, livro sagrado muçulmano, em manifestações nos últimos meses em Estocolmo, mas a decisão não será cumprida porque o homem corre o risco de ser torturado caso retorne a seu país.

O manifestante Salwan Momika agita bandeira sueca em frente à embaixada do Iraque, em Estocolmo, Suécia
20/07/2023
TT News Agency/Caisa Rasmussen via REUTERS
O manifestante Salwan Momika agita bandeira sueca em frente à embaixada do Iraque, em Estocolmo, Suécia 20/07/2023 TT News Agency/Caisa Rasmussen via REUTERS
Foto: Reuters

Em agosto, a Suécia elevou seu alerta de terrorismo para o segundo nível mais alto e emitiu avisos sobre um aumento nas ameaças contra suecos no país e no exterior após as queimas de exemplares do Alcorão gerarem indignação entre os muçulmanos e desencadearem ameaças de jihadistas.

Várias das ações foram lideradas por Salwan Momika, um refugiado do Iraque que afirma que sua intenção é protestar contra toda a instituição do Islã e banir seu livro sagrado.

"Ontem, a Agência de Migração decidiu revisar seu status e sua permissão de residência e decidiu que ele deveria ser deportado", disse um porta-voz da agência de migração sueca à Reuters.

O porta-voz disse que o fato de o homem ter dado informações falsas sobre seu pedido de residência foi o motivo para a decisão.

Segundo o porta-voz, no entanto, a Suécia não poderá cumprir a ordem de deportação pois o homem pode ser torturado e submetido a tratamento desumano caso seja enviado ao Iraque. Se a situação mudar, o homem será deportado, acrescentou.

Em julho, a agência disse que estava reavaliando a permissão de residência de Momika.

"Não vou deixar a Suécia. Vou viver e morrer na Suécia. A Agência Sueca de Migração cometeu um erro grave. Suspeito que haja motivos políticos ocultos por trás dessa decisão. Vou recorrer", disse Momika à emissora pública sueca SVT.

Ativistas anti-islâmicos queimaram várias cópias do Alcorão na Suécia e na Dinamarca, dois dos países mais progressistas do mundo que permitem críticas incisivas à religião em nome da liberdade de expressão. Muitos muçulmanos, entretanto, consideram a profanação do Alcorão uma ofensa grave, por considerarem que o livro traz a palavra literal de Deus.

Na semana passada, um homem armado tunisiano matou dois torcedores de futebol suecos em Bruxelas, em um ataque que o primeiro-ministro da Suécia disse mostrar que a Europa deve reforçar a segurança para se proteger.

O atirador identificou-se como membro do Estado Islâmico e assumiu a responsabilidade em um vídeo publicado online.

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