Suprema Corte da Itália manda sequestrar contas da Liga
Fundador do partido é acusado de fraude de 56 milhões de euros
A Corte de Cassação, instância máxima da Justiça da Itália, determinou a apreensão de todas as contas do partido ultranacionalista Liga, do ministro do Interior Matteo Salvini, por causa de uma fraude ao Estado.
Segundo o tribunal, devem ser sequestrados contas e depósitos bancários "onde quer que eles sejam encontrados", até alcançar a quantia de 49 milhões de euros. A decisão foi tomada em abril passado, mas o acórdão só foi divulgado pela Corte de Cassação nesta terça-feira (3).
Em julho de 2017, o fundador da Liga e hoje senador, Umberto Bossi, e o ex-tesoureiro do partido Francesco Belsito foram condenados em primeiro grau, respectivamente, a dois anos e meio e quatro anos e 10 meses de cadeia.
Segundo o Ministério Público de Gênova, entre 2008 e 2010, Bossi e Belsito promoveram uma fraude de 56 milhões de euros por meio de um esquema de reembolsos falsos no Parlamento. O dinheiro teria sido usado sobretudo para pagar despesas pessoais da família Bossi.
"Estamos chocados por saber pelas agências, ainda antes da Cassação, as motivações da sentença sobre o sequestro de 48 milhões de euros em reembolsos eleitorais. Talvez a eficácia das ações do governo da Liga incomodem alguns, mas não vão nos parar assim", afirmou o deputado e administrador do partido, Giulio Centemero.
A Liga se aliou ao antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) para governar a Itália, e seu líder, Matteo Salvini, também ministro do Interior e vice-premier, vem se transformando na principal figura do gabinete de Giuseppe Conte.