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Supremo do Canadá legaliza eutanásia em doentes terminais

A revisão da proibição de 1993 ao suicídio assistido médico é consequência das demandas apresentadas por duas mulheres que sofriam de doenças crônicas degenerativas

6 fev 2015 - 14h32
(atualizado às 16h09)
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Lee Carter abraça o marido Hollis Johnson ao falar com jornalistas no Supremo Tribunal do Canadá em Ottawa, em 6 de fevereiro. A mãe de Carter, Kay Carter, viajou para a Suíça para morrer em 2010
Lee Carter abraça o marido Hollis Johnson ao falar com jornalistas no Supremo Tribunal do Canadá em Ottawa, em 6 de fevereiro. A mãe de Carter, Kay Carter, viajou para a Suíça para morrer em 2010
Foto: Chris Wattie / Reuters

A Suprema Corte do Canadá decidiu nesta sexta-feira legalizar a eutanásia em pacientes terminais no país e deu um prazo de um ano para que as autoridades incorpore a medida às leis canadenses.

Em 1993, o tribunal negou o direito ao suicídio assistido ao rejeitar a demanda de Sue Rodríguez, uma mulher que se encontrava em estado terminal e que reivindicava o direito de cometer eutanásia.

Os nove juízes do Supremo canadense, máxima autoridade judicial do país, votaram em favor de reverter a decisão de 1993 e assinaram de forma conjunta a resolução, algo que os analistas em assuntos legais do país consideraram incomum e com o objetivo de reforçar o consenso.

Os juízes explicaram em sua decisão não concordarem com a "formulação existencial de que o direito à vida requer uma absoluta proibição à morte assistida ou que os indivíduos não podem 'renunciar' ao seu direito à vida".

"Isto criaria um 'dever de viver' ao invés de um 'direito à vida' e questionaria a legalidade de qualquer consentimento à retirada ou negativa de tratamentos para salvar vidas ou manter a vida", acrescentou a Suprema Corte.

A revisão da proibição ao suicídio assistido médico é consequência das demandas apresentadas por duas mulheres, Kathleen Carter e Gloria Taylor, que sofriam de doenças crônicas degenerativas.

Carter morreu em 2010 em uma clínica suíça que pratica eutanásia, enquanto Taylor faleceu em 2012 por causa de uma infecção.

Mas antes de morrer, ambas recorreram aos tribunais, o que deu início ao processo judicial que terminou hoje.

EFE   
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