Surto de doença respiratória no Chile pressiona capacidade de UTI pediátrica
O Chile está enfrentando o seu surto mais severo de vírus sincicial respiratório (VSR) em anos, resultando na morte de quatro bebês e sobrecarregando a capacidade das unidades de terapia intensiva (UTI) pediátrica.
Yessenia Sánchez, mãe de uma das crianças que morreu, disse que esperou das 8h às 22h por uma ambulância para transferir seu bebê para uma UTI. Durante esse período, seu bebê teve duas paradas cardíacas, disse Sánchez, que é de Quilpué, na região metropolitana de Valparaíso.
Um relatório do Ministério da Saúde do Chile nesta sexta-feira mostrou que a capacidade média de leitos de UTI pediátrica no país atingiu 94%.
"Embora (RSV) seja esperado, estamos enfrentando um dos maiores surtos em anos", disse a ministra da Saúde, Ximena Aguilera, acrescentando que crianças menores de 1 ano correm maior risco.
A gravidade do surto está ligada à baixa circulação do vírus durante a pandemia do Covid-19, disse ela.
"Existe uma situação imunológica diferente agora, uma vulnerabilidade maior, e isso nos leva a ter uma circulação anormalmente alta desse vírus", disse Aguilera.
O governo tem sido criticado pelo que alguns dizem ser uma implantação lenta de uma campanha de saúde pública antes do início do inverno no hemisfério sul.
As doenças respiratórias tendem a disparar no Chile durante o inverno. A situação também costuma ser agravada em Santiago devido à intensa poluição do ar na cidade, localizada em uma bacia cercada por morros.