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Surto de ebola não será contido ainda este ano, diz OMS

Porta-voz da OMS assumiu que ninguém sabe quando o surto termina; coordenador da ONU quer se preparar para "enfrentar explosão"

22 ago 2014 - 08h21
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Vírus do ebola já matou milhares de pessoas na África Ocidental este ano
Foto: Reprodução

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira que elaborou um plano estratégico para combater o Ebola na África Ocidental para os próximos seis a nove meses, indicando que não prevê conter a epidemia este ano.

"A OMS está trabalhando em um plano de ação para o Ebola, é de fato um documento operacional sobre como combater o Ebola", disse a porta-voz da OMS, Fadela Chaib, em um contato com a imprensa em Genebra. "Estabelece a estratégia para a OMS e parceiros pelos próximos seis a nove meses."

Quando lhe perguntaram se esse cronograma significa que a agência de saúde da Organização das Nações Unidas prevê que a epidemia, agora afetando a Guiné, Libéria e Serra Leoa continuará até 2015, ela disse: "Francamente ninguém sabe quando esse surto de Ebola vai terminar."

Coordenador contra Ebola se prepara para 'enfrentar explosão'

Coordenador da ONU contra a epidemia de Ebola, o médico britânico David Nabarro, declarou à AFP que quer preparar as estruturas sanitárias para enfrentar uma nova degradação, "se for necessário", no início de seu giro pelos países africanos afetados pela epidemia.

Epidemia já deixou mais de 1,3 mil mortos; acima, médicos em treinamento contra o ebola
Epidemia já deixou mais de 1,3 mil mortos; acima, médicos em treinamento contra o ebola
Foto: Reuters

"Estou decidido a garantir que cada elemento do nosso aparato esteja em nível ótimo com a finalidade de enfrentar uma explosão, se for necessário", declarou Nabarro à AFP durante uma escala no aeroporto de Conacri, a caminho de Monróvia, afirmando desconhecer se a epidemia vai se agravar.

"Talvez estejamos perto de um avanço (na região da epidemia), mas que em seguida recairá, talvez estejamos em uma fase, em um ponto de inflexão, onde ela vai aumentar, mas eu não posso, absolutamente, me pronunciar", afirmou a epidemiologista britânica.

"O que devemos fazer é ter cenários precisos do trajeto que acreditamos que ela vá seguir, mas no momento eles são rudimentares", admitiu.

O doutor Nabarro, que chegou à noite na Libéria, primeiro país de seu giro pela região, antes de Serra Leoa, Guiné e Nigéria, indicou à AFP que deve passar dois dias em cada país.

"Estou a caminho de ver onde irei em seguida depois disto, mas devo voltar rapidamente a Genebra e a Nova York (nr: sede da OMS e da ONU, respectivamente) para prestar contas aos chefes a fim de me assegurar de que nós estamos fazendo tudo o que podemos para resolver isto o mais rápido possível", acrescentou.

A epidemia de Ebola já matou 1.350 pessoas, sendo 576 na Libéria, 396 na Guiné e 374 em Serra Leoa, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 18 de agosto.

Foto: Arte Terra

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