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Suspeito de espionagem na Itália é preso e diz ter 800 mil dados

Empresário, banqueiro e ex-policial são alvos de investigação

27 out 2024 - 10h47
(atualizado às 14h50)
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Um suspeito envolvido no enorme caso de espionagem que atinge principalmente o mundo empresarial da Itália foi detido e revelou que tem 800 mil dados confidenciais em seu disco rígido, de acordo com documentos dos promotores antimáfia de Milão divulgados neste domingo (27).

    Trata-se de Nunzio Samuele Calamucci, que foi preso pelas autoridades italianas e relatou ter à sua disposição um disco rígido contendo 800 mil informações adquiridas do banco de dados da força policial.

    "Oitocentos mil arquivos, eu tenho aqui", teria dito ele quando foi interceptado em janeiro passado falando com o policial aposentado Carmine Gallo, que também foi preso como um dos supostos líderes junto com o presidente da fundação Fiera Milano, Enrico Pazzali.

    Em outra conversa em novembro de 2023, Calamucci teria transferido os dados de "seis, sete milhões de pendrives" que tinha em mãos.

    De acordo com os documentos do inquérito, o italiano também tinha uma "enorme quantidade de dados para gerenciar, igual a pelo menos 15 terabytes". Calamucci foi grampeado e chegou a declarar: "É assim que ferramos toda a Itália".

    As autoridades também anunciaram que Leonardo Maria Del Vecchio, um dos filhos do proprietário da Luxottica - renomada fabricante de óculos - foi colocado sob investigação no caso de espionagem em larga escala, por supostamente ter compilado secretamente dossiês sobre empresários, alguns políticos, incluindo a ex-prefeita de Milão Letizia Moratti e o presidente do Senado da Itália, Ignazio La Russa, e algumas figuras do entretenimento, como o cantor Alex Britti.

    O banqueiro Matteo Arpe também está entre as 60 pessoas investigadas no caso, que na sexta-feira levou à prisão de seis pessoas.

    Milhares de informações foram retiradas dos bancos de dados estratégicos nacionais, informou a investigação da diretoria investigativa da Direção Distrital Antimáfia (DDA) de Milão e do escritório nacional antimáfia, acrescentando que "o grupo adotou a "prática padrão" de excluir "dados" e falou em "fazer tudo desaparecer" porque "nunca se sabe".

    O ex-policial Gallo, que ficou conhecido pelo caso "Viúva Negra" da Gucci, foi colocado em prisão domiciliar na investigação. Ele foi grampeado dizendo que havia feito milhares de relatórios para Pazzali.

    Os investigados são acusados de cumplicidade no acesso ilegal da suposta organização, composta por hackers, consultores de TI e membros da polícia. O inquérito também envolve ex-funcionários de uma empresa de investigação, a SKP de Milão.

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Ansa - Brasil
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