Suspeito que esfaqueou brasileira na Inglaterra tinha 'amizade possessiva’, diz família
Anna Gleicy passou por duas cirurgias após ser atacada pelo suspeito
A goiana Anna Gleicy Helrigle de Brito, de 27 anos, passou por duas cirurgias após sofrer uma tentativa de feminicídio na Inglaterra no último sábado, 31. Ao Terra, a família dela informou que o suspeito, que era amigo dela, a tratava como uma irmã, mas acredita que ele nutriu uma paixão platônica pela vítima, e que tinha um comportamento “meio possessivo”.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Além de Anna, seu namorado Igor, e mais um amigo também foram esfaqueados na cidade de Dartford, no condado de Kent, localizado a 31 km da capital inglesa. Após o crime, o suspeito, que também é brasileiro, fugiu do local. Ele foi preso na segunda-feira, 2, na Escócia.
Elisangela Alves de Brito, mãe da brasileira, contou que a filha e o rapaz se conheceram na Inglaterra e eram muito próximos. Ele falava que a jovem era uma “irmã que ele não tinha lá” e que tinham uma amizade bonita. No entanto, as coisas mudaram.
“Eu acho que era uma amizade meio possessiva, porque ele gostava de ter ela sempre por perto, telefonava para saber onde ela estava. Eu acho que na cabeça dele, poderia ter alguma coisa com ela um dia, mas nunca aconteceu nada. De uns tempos para cá, tem uns dois ou três meses, ela começou a namorar, e aí ele surtou e chegou enfiando a faca nela”, explicou a mãe.
Anna e o namorado Igor trabalham como entregadores no país e, no dia do ataque, haviam chegado para trabalhar quando foram surpreendidos pelo suspeito. Anna foi atingida no braço e na barriga, já o seu namorado foi golpeado no rosto, peito, braços e costas. Ambos foram levados para um hospital em Londres onde foram submetidos a cirurgias.
Segundo Elisangela, a filha teve uma perfuração no intestino e rompeu os ligamentos dos dedos, segue internada, mas está fora de perigo. Os outros dois também não correm risco.
Mãe tentou falar com o suspeito para saber da filha
No sábado, a mãe recebeu a ligação de uma conhecida, com quem não falava há dois anos. Ela atendeu e a pessoa perguntou se estava bem e também por Anna, mas desligou o telefone logo em seguida. Desconfiada, Elisangela questionou se as filhas haviam falado com a irmã naquele dia.
Como ninguém havia conversado com Anna, a mulher pediu para uma das filhas ligar no celular da brasileira, no entanto a ligação foi recusada na mesma hora. “Acho que o celular dela já estava com a polícia”, concluiu.
A família ainda estava angustiada com a falta de notícias de Anna, e então decidiram mandar mensagem para o suspeito, que também virou amigo da família. “Ele visualizou a mensagem e não respondeu. Passou uns cinco minutos e a gente soube que tinha sido ele, a primeira pessoa que a gente tentou contato foi ele”, relembra.
Agora, a mãe tenta ir para a Inglaterra visitar a filha. Ela já deu entrada no passaporte emergencial e espera em breve poder auxiliar na recuperação da goiana. Além disso, amigos e familiares da brasileira iniciaram uma campanha virtual (disponível aqui) para arrecadar fundos para o tratamento de Anna. O objetivo é arrecadar R$ 50 mil. Até às 15h12 desta quinta-feira, 5, já haviam sido arrecadados R$ 22.115,67.
“É uma situação angustiante, principalmente para mim, que sempre estive por perto, e a gente é uma família unida e sempre que um precisa do outro, a gente está presente. Se a gente tivesse condições financeiras e documentação arrumada, eu já estaria lá nesse momento”, finalizou Elisangela.
