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Tailândia ainda tenta identificar centenas de vítimas 15 anos após tsunami

16 dez 2019 - 09h51
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Quinze anos depois de um tsunami no oceano Índico matar mais de 230 mil pessoas no dia 26 de dezembro de 2004, um contêiner de carga colocado em uma delegacia de polícia do sul da Tailândia é testemunha das centenas de vítimas cujos restos nunca foram identificados.

Familiares de vítimas de tsunami fazem vigília em Phuket
26/12/2005
REUTERS/Chaiwat Subprasom
Familiares de vítimas de tsunami fazem vigília em Phuket 26/12/2005 REUTERS/Chaiwat Subprasom
Foto: Reuters

Dentro dele há pertences, como carteiras, documentos, aparelhos eletrônicos, todos ensacados e rotulados como provas, que a polícia espera um dia proporcionarem um nome e um local de repouso às pessoas enterradas nas proximidades em túmulos identificados somente com números.

"Ainda há mais parentes das vítimas, de perto e de longe, que ainda têm esperança de encontrar seus entes queridos", disse o coronel Khemmarin Hassini, vice-comissário de polícia do distrito de Takua Pa, uma das áreas mais duramente atingidas pelo tsunami.

Desencadeado por um terremoto intenso de magnitude 9,1, o tsunami matou mais de 230 mil pessoas quando ondas de até 17,4 metros se abateram sobre as praias de mais de uma dúzia de países, varrendo algumas comunidades do mapa em segundos.

Na Tailândia, onde mais de 5 mil pessoas morreram, a unidade de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI), que envolve policiais e especialistas forenses de 30 nações, conseguiu identificar mais de 3.600 corpos em menos de dois anos, o maior e mais bem-sucedido projeto do tipo.

O coronel Khemmarin integrou a equipe internacional, mas disse que, 15 anos mais tarde, muitos dos "canais de comunicação se fecharam" e pistas foram perdidas.

"Se formos determinados o bastante e reativarmos nossas operações novamente, acho que parte dos 340 corpos não identificados poderiam ser identificados", disse ele à Reuters na cidade de Takua Pa.

Hin Temna, de 76 anos, que mora no vilarejo vizinho de Ban Nam Khem, perdeu sete familiares, e sua filha mais velha continua desaparecida. Eles foram algumas das 1.500 pessoas do vilarejo que morreram no desastre.

"Não faz sentido continuar esperando (encontrar minha filha). Não acho que encontraremos", disse.

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