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Tensões entre EUA e Irã aumentam por rota de petróleo; UE tenta salvar acordo nuclear

5 jul 2018 - 21h22
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A Marinha dos Estados Unidos está pronta para garantir navegação livre e o fluxo de comércio, informou nesta quinta-feira o Comando Central das forças militares dos EUA, conforme a Guarda Revolucionária do Irã alertou que irá bloquear carregamentos de petróleo através do Estreito de Ormuz se necessário.

Presidente iraniano, Hassan Rouhani 15/02/2018 REUTERS/Danish Siddiqui
Presidente iraniano, Hassan Rouhani 15/02/2018 REUTERS/Danish Siddiqui
Foto: Reuters

Com tensões pairando sobre o canal estratégico, a União Europeia está propondo um plano para salvar um acordo nuclear multinacional com Teerã após a saída de Washington, mas o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse a líderes em Paris e Berlim nesta quinta-queira que o pacote de medidas não agradou.

Rouhani e alguns comandantes militares sêniores ameaçaram nos dias recentes interromper carregamentos de petróleo de países do Golfo se Washington tentar sufocar as exportações de Teerã.

Elogiando a "firme postura" de Rouhani contra os EUA, o chefe da Guarda Revolucionária disse que suas forças estão prontas para bloquear o Estreito de Ormuz, que liga o Golfo ao mar aberto.

Em maio, o presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou um acordo sob o qual sanções sobre o Irã foram suspensas em troca de contenções em seu programa nuclear. Washington desde então disse para países que devem parar de comprar petróleo iraniano a partir de 4 de novembro ou enfrentar medidas financeiras.

Mohammad Ali Jafari, que comanda o Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica, a força militar mais poderosa do Irã, respondeu nesta quinta-feira.

    Se o Irã não puder vender seu petróleo por conta de pressão dos EUA, nenhum outro país da região terá permissão de fazer isto, disse Jafari, segundo a agência de notícias Tasnim. "Nós estamos esperançosos de que este plano expresso por nosso presidente será implementado caso necessário", disse. "Nós iremos fazer o inimigo entender que todos podem usar o Estreito de Ormuz, ou ninguém pode".

O estreito é o canal de trânsito de petróleo mais importante do mundo, com cerca de um quinto do consumo global de petróleo passando por ele todos os dias.

    "Os EUA e seus parceiros fornecem e promovem segurança e estabilidade na região", disse o porta-voz do Comando Central, o capitão da Marinha Bill Urban, em e-mail à Reuters.

Perguntado sobre qual será a reação naval dos EUA se o Irã bloquear o estreito, ele disse: "Juntos, nós estamos prontos para garantir a liberdade de navegação e o fluxo livre de comércio onde a lei internacional permite".

O braço naval da Guarda não possui uma forte frota convencional. No entanto, possui muitos barcos de velocidade e lançadores de mísseis antinavio portáteis, e pode colocar minas.

Um líder militar sênior dos EUA disse em 2012 que a Guarda possui a habilidade de bloquear o estreito "por um período de tempo", mas que os EUA irão tomar ações para reabri-lo em caso de tal evento.

A União Europeia, grande importadora de petróleo do Irã, prometeu manter o acordo nuclear de 2015 vivo sem os EUA, ao tentar manter petróleo e investimentos fluindo. Ministro das Relações Exteriores dos cinco signatários remanescentes irão discutir a proposta europeia com autoridades iranianas na sexta-feira em Viena.

No entanto, Rouhani disse ao presidente da França, Emmanuel Macron, por telefone nesta quinta-feira que o pacto de medidas econômicas fracassou em compensar suficientemente os efeitos da saída norte-americana e sua reimposição de sanções relacionadas ao programa nuclear iraniano.

"O pacote proposto pela Europa para continuação de cooperação no acordo nuclear não cumpre todas nossas demandas", disse Rouhani segundo seu site oficial. "Nós esperamos um plano de ação claro da Europa, com um cronograma para que possamos compensar a saída dos EUA do acordo".

Ele enviou uma mensagem similar em telefonema com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, relatou o site do presidente. O pacote proposto "só inclui algumas promessas gerais, como afirmações prévias da EU", disse Rouhani.

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