Tentativa de não evoluir conflito entre Israel e Irã pode afetar Gaza, diz especialista
Bruno Huberman, que dá aula de Relações Internacionais na PUC-SP, explicou relação entre o conflito Irã e Israel com a guerra em Gaza
O professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Bruno Huberman, explicou que o ataque do Irã a Israel foi uma resposta pontual. Além disso, tanto Israel quanto o Irã não desejam prolongar o conflito, pois há medo de uma guerra nuclear.
Uma tentativa de frear o conflito entre Irã e Israel, após o ataque do iraniano sobre ao território judeu, ocorrido no último fim de semana, pode acabar afetando a região de Rafah, na Faixa de Gaza. A percepção é de Bruno Huberman, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, entrevistado no programa Terra Agora desta quinta-feira, 18.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Huberman explica que o ataque do Irã foi feito como resposta a um anterior. "Foi resultado de um ataque que Israel fez inicialmente contra uma embaixada iraniana em Damasco, na Síria", diz.
O professor acrescentou que, pela dimensão do ataque, foi possível notar que o Irã não tem a intenção de prolongar o conflito com Israel, ou seja, não busca entrar em guerra.
"A forma que o Irã decidiu fazer esse ataque foi feita de uma forma a demonstrar capacidades militares suficientes para ameaçar Israel e seus aliados. Eles buscaram demonstrar que haveria uma correlação direta e seria uma resposta pontual. Porque eles não desejariam escalonar o conflito", explica.
Da mesma forma, a ideia de um conflito maior com Irã não agrada a Israel, nem seus aliados, por enquanto. Huberman analisa que há sempre um medo de haver uma guerra nuclear, mesmo com o poderio militar do Irã sendo inferior ao de Israel e, principalmente, dos Estados Unidos.
"As informações que estão chegando é que tem havido negociações entre israelenses e americanos de qual resposta poderia dar, talvez não seja uma resposta na mesma moeda. O que pode acontecer é que Israel não revide, mas Estados Unidos libere um ataque israelense a Rafah, na Faixa de Gaza", afirma Huberman.
Para o professor, os Estados Unidos podem querer "dar um sinal verde" para o ataque a Rafah, que tem sido criticado na comunidade internacional, para "evitar um escalonamento de um conflito direto entre Israel e Irã".