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Muçulmanos condenam atentados: "terrorismo não tem religião"

15 nov 2015 - 23h21
(atualizado em 16/11/2015 às 07h54)
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Jovens muçulmanas de Turim, na Itália, protestaram contra ataques em Paris
Jovens muçulmanas de Turim, na Itália, protestaram contra ataques em Paris
Foto: Getty / BBC News Brasil

Muçulmanos de diversas partes do mundo usaram as redes sociais para condenar os ataques ocorridos em Paris na última sexta-feira (13), responsáveis pela morte de 129 pessoas.

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Em Turim, na Itália, jovens muçulmanas seguraram em protesto cartazes onde se lia a hashtag #NotInMyName (“Não em meu nome”).

Manifestações como essa ocorreram em vários outros países. Muçulmanos também estão usando hashtags como #TerrorismHasNoReligion ("Terrorismo não tem religião") e #MuslimsAren'tTerrorists ("Muçulmanos não são terroristas").

A comunidade muçulmana internacional também lançou mão da hashtag #ISISisnotIslam (“Estado Islâmico não é o Islã"), em referência ao grupo autoproclamado "Estado Islâmico", que assumiu os atentados.

“O profeta Maomé nos ordenou a não fazer mal a ninguém e disse que quem fizer o contrário não é muçulmano”, escreveu um internauta do Egito no Twitter.

Muitos também citaram trechos do Alcorão para condenar o atentado: “Quem mata um inocente é como se matasse toda a humanidade”, tuitou um outro usuário.

'Não em meu nome'

Após os ataques de Paris, foi retomado o uso da hashtag #NotInMyName, movimento que começou no Reino Unido em 2014 após decapitações de estrangeiros pelo “EI”.

O marroquino Wafi Abdouss, que tem um canal no YouTube, publicou um vídeo que já foi visto mais de 100 mil vezes. Nele, diz: “O que ocorreu em Paris foram ações cometidas por criminosos, que não representam nem os muçulmanos nem os árabes. Os jihadistas e os fundamentalistas só representam eles mesmos”.

Vídeo do muçulmano Wafi Abdouss na internet já foi visto mais de 100 mil vezes
Vídeo do muçulmano Wafi Abdouss na internet já foi visto mais de 100 mil vezes
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

Muçulmanos na Espanha também condenaram de maneira dura os ataques.

Sami El Mushtawi, diretor do departamento de Cultura do Centro Islâmico de Madri, publicou um comunicado deixando claro seu “rechaço total a toda forma de terrorismo”.

“Esse tipo de ação não tem justificativa nenhuma”, afirmou.

"Terroristas aterrorizam as pessoas. Isso é o que eles fazem. O que nós fazemos? Respeitamos as pessoas. Confortamos as pessoas. Protegemos todas as pessoas. #Paris"
"Terroristas aterrorizam as pessoas. Isso é o que eles fazem. O que nós fazemos? Respeitamos as pessoas. Confortamos as pessoas. Protegemos todas as pessoas. #Paris"
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil
"Esse é o Islã da maioria. A palavra de Deus: 'Quem mata uma pessoa inocente é como se tivesse matado toda a humanidade'."
"Esse é o Islã da maioria. A palavra de Deus: 'Quem mata uma pessoa inocente é como se tivesse matado toda a humanidade'."
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil
"Os ataques a Paris não são em meu nome", disse internauta que compartilhou trecho do Alcorão
"Os ataques a Paris não são em meu nome", disse internauta que compartilhou trecho do Alcorão
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil
"Estado Islâmico matou 200 mil muçulmanos, e seus assassinatos chegaram agora à Europa. É uma ameaça para todos e devemos nos unir", tuitou outro
"Estado Islâmico matou 200 mil muçulmanos, e seus assassinatos chegaram agora à Europa. É uma ameaça para todos e devemos nos unir", tuitou outro
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

‘Um crime contra a humanidade’

Líderes religiosos muçulmanos de diversas partes do mundo também condenaram o atentado da sexta.

O secretário-geral do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha (uma associação que representa mais de 500 organizações muçulmanas), Shuja Shafi, descreveu os ataques como “horríveis”.

“O grupo que se denomina Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques. Não há nada de islâmico nessas pessoas – e suas ações são demoníacas, fora das fronteiras da nossa fé.”

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, descreveu o atentado como “um crime contra a humanidade”, e o ministro do exterior do Catar, Khaled al-Attiyah, chamou o ato de “atroz”.

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