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Terrorista pega prisão perpétua por atentado de Christchurch

Supremacista branco Brenton Tarrant matou 51 fiéis muçulmanos

27 ago 2020 - 08h04
(atualizado às 08h13)
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O terrorista de extrema direita Brenton Tarrant, 29 anos, foi condenado nesta quinta-feira (27) à prisão perpétua pelo atentado que matou 51 muçulmanos em duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, uma sentença inédita na história do país.

Brenton Tarrant nunca demonstrou arrependimento por seus atos
Brenton Tarrant nunca demonstrou arrependimento por seus atos
Foto: EPA / Ansa

Em seu pronunciamento, o juiz Cameron Mander disse que uma ideologia "distorcida" e "baseada no ódio" levou o supremacista branco australiano a assassinar homens, mulheres e crianças indefesas. Esse foi o pior ataque terrorista na história da Nova Zelândia.

Enquanto a sentença era lida, dezenas de pessoas comemoravam do lado de fora do tribunal, cantando o hino neozelandês. "Seus crimes são tão perversos que, mesmo preso até morrer, você nunca esgotará os requisitos de punição", afirmou Mander.

O atentado ocorreu em 15 de março de 2019, em uma sexta-feira, principal dia de orações para os muçulmanos. Tarrant transmitiu o ataque ao vivo nas redes sociais e utilizou cinco armas - incluindo um fuzil semiautomático -, todas elas adquiridas legalmente. Menos de um mês depois, o Parlamento da Nova Zelândia aprovou uma lei para banir armas semiautomáticas e fuzis de assalto.

Defensor da supremacia branca e crítico da imigração e da miscigenação, Tarrant se inspirou em outro terrorista de extrema direita, o norueguês Anders Breivik, autor de um massacre com 77 mortos em Oslo e Utoya, em julho de 2011.

"Suas ações foram desumanas", disse o juiz, acrescentando que o terrorista realizou o ataque em uma sexta-feira para maximizar o número de mortos. O imã de uma das mesquitas atingidas, Gamal Fouda, afirmou que a comunidade muçulmana esperava por uma pena de prisão perpétua.

"Mas nenhuma punição vai trazer nossos entes queridos de volta, e nossa tristeza continuará pelo resto de nossas vidas", declarou. A primeira-ministra Jacinda Ardern também elogiou a sentença. "O trauma de 15 de março não será curado facilmente, mas espero que hoje seja o último dia em que ouvimos o nome do terrorista por trás disso. Ele merece ter uma vida de completo e absoluto silêncio", ressaltou.  

Ansa - Brasil
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