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TikTok retoma operação nos EUA após aceno de Trump: o que se sabe

Segundo lei, empresa precisa vender a operação do aplicativo nos EUA para continuar funcionando - após tomar posse, Trump deve oferecer um prazo de 90 dias para encontrar uma solução

19 jan 2025 - 09h02
(atualizado às 15h52)
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Mensagem em celular diz que o TikTok não está disponível nos Estados Unidos. Em seguida, diz que Donald Trump indicou que trabalharia numa solução para o impasse
Mensagem em celular diz que o TikTok não está disponível nos Estados Unidos. Em seguida, diz que Donald Trump indicou que trabalharia numa solução para o impasse
Foto: RIK S LESSER/EPA-EFE/REX/Shutterstock / BBC News Brasil

Após passar algumas horas fora do ar nos Estados Unidos neste domingo (19/1), o TikTok iniciou a retomada de seus serviços para os 170 milhões de usuários no país.

A volta acontece após uma série de declarações do presidente eleito Donald Trump, que toma posse na segunda-feira (20/1), sobre a tentativa de acordos para permitir o funcionamento da rede social chinesa nos EUA.

O aplicativo havia suspendido sua operação depois que a Suprema Corte do país confirmou uma lei na sexta-feira (17/1), estabelecendo que o serviço teria que ser vendido a uma empresa americana para continuar funcionando.

A legislação foi aprovada no Congresso americano sob argumento de "resguardar a segurança nacional" e prevenir que uma empresa com origem em outro país pudesse coletar grandes volumes de dados de dezenas de milhões de americanos.

Em um comunicado neste domingo, o TikTok informou que estava no processo de "restaurar o serviço" apenas algumas horas após ficar inacessível.

A empresa agradeceu ao presidente eleito por "fornecer a clareza e garantia necessárias" e afirmou que trabalhará com Trump "em uma solução de longo prazo que mantenha o TikTok nos Estados Unidos".

Mais cedo, Trump utilizou as redes sociais para anunciar sua intenção de adiar a proibição do TikTok por meio de uma ordem executiva, com duração de 90 dias.

Segundo ele, essa ordem daria à empresa tempo para encontrar um parceiro nos EUA que adquirisse uma participação de 50% na companhia.

"Gostaria que os Estados Unidos tivessem uma posição de 50% de propriedade em uma joint venture (parceria entre duas ou mais empresas)", afirmou Trump.

"Ao fazer isso, salvamos o TikTok, mantemos ele em boas mãos e permitimos que continue operando. Sem a aprovação dos EUA, não há TikTok. Com a nossa aprovação, ele vale centenas de bilhões de dólares - talvez trilhões," continuou o presidente eleito.

A ByteDance, empresa dona do aplicativo, sempre disse não ter intenção de vender sua operação no país.

Na mensagem mostrada para os usuários que tentaram abrir o TikTok nos Estados Unidos no domingo, a plataforma informava sobre a indisponibilidade devido a uma lei do país e afirmava que Donald Trump indicou que trabalharia numa solução para o impasse.

Havia especulações de que, com a proibição entrando em vigor neste domingo, o app não deixaria instantaneamente de funcionar no país, mas não poderia ser mais atualizado — o que faria com que o serviço se tornasse obsoleto com o tempo.

Mas o próprio TikTok tomou uma ação muito mais decisiva, tirando o serviço do ar por algumas horas.

Disputa judicial

A decisão da Suprema Corte na sexta esgotou o último recurso legal que o TikTok tinha para evitar que a proibição entrasse em vigor
A decisão da Suprema Corte na sexta esgotou o último recurso legal que o TikTok tinha para evitar que a proibição entrasse em vigor
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Os juízes da Suprema Corte dos EUA apoiaram uma decisão de primeira instância que considerou constitucional a lei que restringe o acesso ao TikTok caso o aplicativo não fosse vendido no país.

A decisão estabelece que as proteções à liberdade de expressão contidas na Primeira Emenda da Constituição americana, argumento usado no recurso da ByteDance, não impedem que o TikTok seja banido.

A opinião da Corte foi limitada — os juízes reconheceram a pressão de tempo para emitir a decisão — e evitou outras questões complexas, como se as preocupações sobre a influência chinesa no algoritmo do TikTok justificavam que ele fosse banido.

A decisão da Suprema Corte na sexta esgotou o último recurso legal que o TikTok tinha para evitar que a proibição entrasse em vigor.

Trump já havia sinalizado que gostaria de achar uma solução política para o caso.

Na sexta, ele disse que conversou com o presidente da China, Xi Jinping, e discutiu o TikTok, entre outras questões.

O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, é esperado entre os executivos de tecnologia na posse de Trump na segunda-feira.

Autoridades de segurança nacional dos EUA alertaram que espiões chineses poderiam usar a coleta de dados do aplicativo para rastrear funcionários federais e contratados americanos, algo que o TikTok sempre negou.

O Departamento de Justiça declarou que a decisão da Suprema Corte permite que o departamento "impeça o governo chinês de usar o TikTok como uma arma para minar a segurança nacional dos Estados Unidos".

"Regimes autoritários não devem ter acesso irrestrito aos dados sensíveis de milhões de americanos", afirma o procurador-geral Merrick Garland.

Na sexta-feira, a embaixada chinesa em Washington acusou os EUA de reprimir injustamente o TikTok: "A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses legítimos", disse um porta-voz.

O TikTok negou em diversas ocasiões qualquer influência do Partido Comunista Chinês na rede social.

Trump já havia sinalizado que gostaria de achar uma solução política para o caso
Trump já havia sinalizado que gostaria de achar uma solução política para o caso
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

RedNote: uma alternativa?

O TikTok afirma ter 170 milhões de usuários nos EUA que, em média, gastaram 51 minutos por dia no aplicativo em 2024.

Banir o TikTok cria uma grande oportunidade para seus grandes rivais tecnológicos, diz Jasmine Enberg, analista da Insider Intelligence.

"Instagram Reels, da Meta, e YouTube Shorts, do Google, são as alternativas mais naturais para usuários, criadores e anunciantes deslocados," afirma ela.

Mas é outra plataforma de propriedade chinesa que tem chamado atenção: a Xiaohongshu - conhecida como RedNote entre seus usuários nos EUA - , que tem crescido rapidamente nos EUA e no Reino Unido.

No app, muito popular na China e em Taiwan, alguns americanos estão usando o termo "refugiados do TikTok".

O RedNote tem cerca de 300 milhões de usuários mensais e é uma combinação de TikTok e Instagram - e um dos poucos aplicativos disponíveis tanto na China quanto fora dela.

O TikTok, embora seja propriedade da empresa chinesa ByteDance, tem sua sede em Singapura e afirma ser operado de forma independente. A versão chinesa do TikTok é outro aplicativo chamado Douyin.

Já o RedNote é de uma empresa chinesa sediada em Xangai.

Por isso, os temores de Washington em relação ao TikTok se estendem também ao RedNote.

Enquanto o imbróglio continua, os novos usuários americanos no RedNote estão se referindo a si mesmos como "espiões chineses" - continuando uma trend do TikTok, onde as pessoas estavam se despedindo de seu "espião pessoal chinês" que supostamente os vigiou ao longo dos anos.

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