Transcrição mostra que enviada dos EUA à Ucrânia se sentiu ameaçada por comentário de Trump
Dispensada do papel de embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Marie Yovanovitch disse ao inquérito de impeachment do presidente Donald Trump que se sentiu ameaçada quando Trump a descreveu ao líder ucraniano como "má notícia", de acordo com a transcrição de seu depoimento, divulgada nesta segunda-feira.
"Fiquei muito preocupada", disse ela no depoimento de 11 de outubro à Câmara dos Deputados controlada pelos democratas. "Ainda estou", acrescentou. Quando lhe perguntaram se ela se sentia ameaçada, Yovanovitch disse que sim, segundo a transcrição.
A investigação sobre o presidente republicano se concentra em uma conversa telefônica de 25 de julho na qual Trump pediu ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, para investigar seu rival político Joe Biden, ex-vice-presidente que disputa a indicação do Partido Democrata para enfrentá-lo na eleição de novembro de 2020.
Um sumário da conversa divulgado anteriormente pela Casa Branca mostrou que Trump disse a Zelenskiy que a embaixadora era "má notícia" e que iria "passar por algumas coisas". Trump negou qualquer irregularidade e sustentou que a conversa com Zelenskiy foi "perfeita", acusando democratas de visá-lo injustamente para reverter sua vitória de 2016.
Em seu depoimento, parte do qual já havia sido vazada à mídia, Yovanovitch também disse aos parlamentares que ficou "chocada" por Trump falar repetidamente no telefonema sobre ela ou qualquer embaixador daquela maneira a uma autoridade estrangeira.
A transcrição de uma entrevista com Michael McKinley, ex-conselheiro sênior do secretário de Estado, Mike Pompeo, também foi divulgada por comitês da Câmara nesta segunda-feira.