Trump amplia exigências ao Irã, após romper acordo nuclear
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu as cobranças ao governo do Irã, ampliando as exigências ao presidente Hassan Rouhani, após a rejeição ao acordo nuclear assinado em 2015.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, fez seu primeiro discurso no Departamento de Estado apresentando 12 exigências ao Irã, que soam mais como pedido incondicional de rendição iraniano do que a tentativa de reiniciar negociações para substituir o acordo nuclear.
"Só faltou exigir a conversão [do Irã, xiita] ao cristianismo", afirmou o diretor do Conselho Europeu de Relações Exteriores, Jeremy Shapiro.
Dos 12 pontos do discurso de Pompeo, quatro se referem ao Irã. Para os Estados Unidos, os iranianos devem revelar seus segredos nucleares e desistir da produção de mísseis balísticos. Há, ainda, a exigência de libertação dos prisioneiros norte-americanos e de países aliados.
A lista inclui ainda uma reivindicação para que o Irã deixe de apoiar o Hezbollah (libanês), Islamic Jihad, Hamas (Gaza), o Taliban (Afeganistão) e a milícia Houti (Iêmen). Também exige o respeito à soberania do Iraque, a retirada das forças da Síria e o fim das ameaças a Israel, Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos.
Pompeo disse que esses 12 pontos são apenas um começo.
O Irã reagiu acusando os Estados Unidos de "regressão aos velhos hábitos".
*O jornalista Moisés Rabinovici é comentarista da Rádio Nacional e apresentador do programa Um olhar sobre o Mundo, na TV Brasil