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Trump defende negócios na Rússia ao mesmo tempo que investigação nos EUA se amplia

30 nov 2018 - 18h22
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Ao mesmo tempo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participa da cúpula do G20 na Argentina nesta sexta-feira, a pressão sobre ele aumentava em Washington por conta da longa investigação conduzida pelo procurador especial Robert Muller sobre a possibilidade de interferência russa na política norte-americana.

Trump em Buenos Aires
 30/11/2018   REUTERS/Kevin Lamarque
Trump em Buenos Aires 30/11/2018 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

Paul Manafort, que chefiou a campanha eleitoral de Trump e que é acusado de mentir para os investigadores, pode sofrer outras acusações legais, disseram promotores nesta sexta, enquanto Trump defendeu suas transações empresariais na Rússia quando era candidato como algo "muito legal & muito calmo".

Mueller está investigando uma suposta interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, um possível conluio entre Moscou e a campanha de Trump, e também se houve obstrução da Justiça.

Durante a maior parte do seu governo, Trump tem vivido sob a sombra da investigação que ele, de forma irritada, classifica como "caça às bruxas", em meio às preocupações do Congresso de que ele poderia vir a demitir Mueller, iniciando uma crise institucional.

Uma legislação para proteger Mueller foi proposta, mas bloqueada por Mitch McConnell, líder republicano no Senado.

Em audiência judicial nesta sexta, integrantes da equipe de Mueller disseram que novas acusações contra Manafort, um dos vários associados a Trump sob investigação, eram possíveis.

Manafort se declarou culpado de conspiração contra os EUA e condenado separadamente por fraudes bancária e fiscal. Ele concordou em cooperar com Mueller, mas os promotores vêm desde então o acusando de quebrar o seu acordo ao mentir para os investigadores. Ele afirmou que discorda de tais alegações.

Ainda não é certo que novas acusações serão feitas contra ele, segundo um representante da equipe de Mueller.

Na quinta-feira, Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Donald Trump, se declarou culpado de mentir para o Congresso sobre um proposto acordo para um edifício de Trump em Moscou, prédio que nunca foi construído.

Cohen afirmou que os esforços para concretizar o projeto duraram mais tempo do que ele havia dito previamente ao Congresso, adentrando bem o período da campanha eleitoral de 2016. Ele declarou que tais esforços não se encerraram antes de junho de 2016, depois que Trump havia efetivamente conquistado a nomeação republicana.

Em mensagens via Twitter de Buenos Aires, Trump afirmou que ele havia "levemente olhado" a proposta imobiliária para "algum lugar da Rússia" durante a sua campanha para presidente, dizendo que isso havia sido "muito legal & e muito calmo" de realizar na campanha.

Durante a campanha presidencial de 2016, Trump várias vezes minimizou os seus laços empresariais com a Rússia.

O Kremlin nega as conclusões de agências de inteligência dos EUA de que a Rússia interferiu na eleição de 2016. Tanto Moscou quanto Trump negam um conluio.

A equipe de Mueller indiciou ou assegurou condenações de mais de duas dezenas de cidadãos e organizações russas, além de vários associados a Trump.

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