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Trump deixa G7 com acordo comercial e sem discutir ambiente

Ao defender acordo sobre comércio mais equilibrado, Presidente dos EUA definiu seu país como "caixa do qual todos roubam dinheiro"

9 jun 2018 - 12h19
(atualizado às 12h39)
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Trump defende comércio mais equilibrado no G7
Trump defende comércio mais equilibrado no G7
Foto: Leah Millis / Reuters

Como já havia anunciado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou a cúpula do G7 em Charlevoix, no Canadá, antes de sua conclusão, neste sábado (9).

A justificativa oficial é de que o mandatário precisa ir a Singapura para a reunião com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, marcada para a próxima terça-feira (12). O encontro está agendado desde o início de maio, mas a decisão de Trump de sair do G7 mais cedo foi anunciada apenas na última sexta (8).

Com isso, o presidente não participará das discussões sobre meio ambiente e mudanças climáticas, tema que já havia isolado os EUA no G7 de Taormina, na Itália, em 2017. A cúpula do Canadá evidenciou o distanciamento entre Trump e seus principais aliados no Ocidente (Canadá, Alemanha, Reino Unido, França e Itália) e na Ásia (Japão).

O magnata chegou a Charlevoix criticando o déficit comercial dos Estados Unidos em relação aos outros países do grupo e pedindo o retorno da Rússia, excluída do então G8 em 2014 por causa da anexação da Crimeia e da guerra separatista no leste da Ucrânia. Apenas a Itália mostrou alguma sintonia com as posições de Trump, principalmente na questão russa. "Os Estados Unidos foram tratados injustamente no comércio. Não culpo os outros, mas culpo nossos últimos líderes. Perdemos US$ 817 milhões com comércio, é ridículo e inaceitável", afirmou o presidente neste sábado.

 Ainda assim, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, antecipou que os países conseguiram chegar a um acordo sobre a questão comercial. "Todos concordamos que o sistema de comércio internacional baseado na OMC [Organização Mundial do Comércio] está um pouco datado e exige uma adequação às novas realidades sociais e econômicas. Basta pensar que a China, até pouco tempo atrás, era um país emergente e hoje é uma potência mundial particularmente invasiva no plano comercial", explicou.

Com isso, os líderes devem assinar uma declaração conjunta, evitando o fracasso da cúpula. "Queremos um comércio equilibrado, não podemos mais permitir práticas injustas que prejudicam os Estados Unidos", acrescentou Trump, definindo seu país como um "caixa do qual todos roubam". Apesar disso, ele deu "nota 10" para as relações com o G7. Trump chegou até a sugerir que o comércio deve ser "livre de tarifas, barreiras e subsídios", posição mais em linha com o pensamento do Partido Republicano do que o protecionismo que ele vem pregando até aqui. "Mas as taxas devem cair para todos", reforçou.

Na sexta-feira, os líderes do G7 trabalharam até altas horas para evitar um rompimento que impedisse uma declaração conjunta, principalmente em torno da questão alfandegária. "Há vontade de todas as partes de encontrar um acordo e ter uma abordagem vantajosa para todos", disse o presidente da França, Emmanuel Macron, após uma reunião bilateral com Trump.

Na sessão da manhã deste sábado, dedicada ao tema da paridade de gêneros, o mandatário dos EUA chegou atrasado, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, deu início aos trabalhos sem esperar os "retardatários".

Ansa - Brasil
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