Trump demite membro do conselho trabalhista dos EUA e desfalca agência em meio a batalhas judiciais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destituiu do cargo uma integrante democrata do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos Estados Unidos, uma medida sem precedentes que ampliará uma batalha jurídica em andamento sobre o escopo dos poderes do presidente para controlar agências federais.
Gwynne Wilcox, nomeada para a diretoria pelo ex-presidente Joe Biden, disse em uma declaração que sua demissão na segunda-feira foi ilegal e que buscará "todos os caminhos legais" para contestá-la.
A diretoria com cinco membros já tinha duas vagas abertas, logo, a remoção de Wilcox deixa a agência sem quórum para emitir decisões, mesmo em casos de rotina que acusam empresas ou sindicatos de violar legislações trabalhistas federais.
Centenas de casos estão pendentes no conselho, incluindo alguns que envolvem Amazon.com, Tesla, Walmart, Apple e dezenas contra a Starbucks, que enfrenta uma campanha sindical em todo o país.
O conselho faz valer os direitos dos trabalhadores de se organizarem, defenderem melhores condições de trabalho e se filiarem ou dissolverem sindicatos. Leis trabalhistas federais não permitem que os trabalhadores abram processos contra violações no tribunal, então muitas vezes o conselho é o seu único recurso.
Após membros do conselho serem confirmados, a legislação federal permite que sejam removidos apenas por "negligência do dever ou má conduta no cargo". Cerca de duas dúzias de empresas, como Amazon e SpaceX, de Elon Musk, entraram com ações judiciais desde o ano passado questionando essas proteções e outros aspectos da estrutura do conselho.
A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário. Não ficou claro em um primeiro momento se o republicano Trump deu um motivo para a demissão de Wilcox.