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Trump diz que Jordânia e Egito deveriam abrigar mais palestinos de Gaza; Hamas e Jordânia rejeitam

26 jan 2025 - 12h50
(atualizado às 17h51)
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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Jordânia e Egito deveriam abrigar mais palestinos de Gaza devastada pela guerra, uma sugestão rejeitada pelo Hamas, o grupo militante palestino que comanda o enclave, e aparentemente rejeitada pelo ministro das Relações Exteriores da Jordânia.

Questionado se esta era uma solução temporária ou de longo prazo para Gaza, onde o ataque militar de Israel causou uma situação humanitária terrível e matou dezenas de milhares de pessoas, Trump disse no sábado: "Pode ser qualquer uma das duas".

A Jordânia já é o lar de vários milhões de palestinos, enquanto dezenas de milhares vivem no Egito. Ambos os países e outras nações árabes rejeitam a ideia de que os palestinos em Gaza sejam transferidos para seus países. Gaza é uma terra que os palestinos gostariam de ter como parte de um futuro Estado palestino.

Uma autoridade do Hamas reagiu com desconfiança às declarações, ecoando os temores palestinos de longa data sobre serem expulsos permanentemente de suas casas.

Os palestinos "não aceitarão nenhuma oferta ou solução, mesmo que (tais ofertas) pareçam ter boas intenções sob o pretexto de reconstrução, conforme anunciado nas propostas do presidente dos EUA, Trump", disse Basem Naim, agente político do Hamas, à Reuters.

Outra autoridade do Hamas, Sami Abu Zuhri, pediu a Trump que não repetisse ideias "fracassadas" tentadas por seu antecessor Joe Biden.

"O povo de Gaza suportou a morte e se recusou a deixar sua terra natal e não a deixará independentemente de quaisquer outros motivos", disse Abu Zuhri à Reuters.

A Jordânia também pareceu rejeitar a sugestão de Trump, com seu ministro das Relações Exteriores, Ayman Safadi, dizendo aos repórteres que a posição do país contra qualquer deslocamento de palestinos de Gaza permanece "firme e inabalável".

O Egito ainda não fez comentários, mas já afirmou em diversas ocasiões que rejeita qualquer deslocamento de palestinos.

O presidente palestino apoiado pelo Ocidente, Mahmoud Abbas, condenou os comentários. "Nosso povo permanecerá firme e não deixará sua terra natal", disse um comunicado publicado pela agência de notícias oficial palestina Wafa.

O analista palestino Ghassan al-Khatib disse que os palestinos na Cisjordânia e em Gaza, bem como os jordanianos e egípcios, rejeitariam o plano de Trump: "Não acho que haja um lugar na realidade para tal ideia."

Referindo-se a uma ligação que teve no sábado com o rei Abdullah da Jordânia, Trump disse aos repórteres: "Eu disse a ele que adoraria que você assumisse mais porque estou olhando para toda a Faixa de Gaza agora e está uma bagunça, uma bagunça de verdade. Eu gostaria que ele levasse pessoas", disse Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro.

"Eu gostaria que o Egito levasse pessoas", disse Trump aos repórteres, acrescentando que falaria com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi neste domingo.

"Você está falando de um milhão e meio de pessoas, e nós simplesmente limpamos essa coisa toda", disse Trump.

A população no enclave palestino antes do início da guerra Israel-Gaza era de cerca de 2,3 milhões de habitantes.

O governo norte-americano havia dito no ano passado que se opunha ao deslocamento forçado de palestinos. Grupos de direitos humanos e agências humanitárias há meses levantam preocupações sobre a situação em Gaza, com a guerra deslocando quase toda a população e levando a uma crise de fome.

Washington também enfrentou críticas por apoiar Israel, mas manteve o apoio ao seu aliado, dizendo que está ajudando Israel a se defender contra grupos militantes apoiados pelo Irã, como o Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iêmen.

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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