Trump diz que usará impulso do acordo de Gaza para expandir laços regionais de Israel
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que usará o acordo de cessar-fogo em Gaza como impulso para expandir os Acordos de Abraão, acordos apoiados pelos EUA firmados durante o primeiro mandato do presidente eleito que normalizaram as relações de Israel com vários países árabes.
Na quarta-feira, os negociadores chegaram a um acordo em fases para acabar com a guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, após 15 meses de conflito que matou dezenas de milhares de palestinos e inflamou as tensões no Oriente Médio.
O acordo inclui a libertação gradual de reféns capturados por militantes liderados pelo Hamas durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, em troca de palestinos mantidos em prisões israelenses.
Trump, que ameaçou repetidamente que haveria "inferno para pagar" se os reféns não fossem libertados antes de sua posse em 20 de janeiro, disse que estava "emocionado com o retorno dos reféns norte-americanos e israelenses para casa".
"Com esse acordo em vigor, minha equipe de Segurança Nacional, por meio dos esforços do enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, continuará a trabalhar em estreita colaboração com Israel e nossos aliados para garantir que Gaza NUNCA mais se torne um refúgio seguro para terroristas", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
Ele disse que aproveitará o impulso do cessar-fogo para expandir os Acordos de Abraão, que normalizaram os laços de Israel com os Emirados Árabes Unidos, o Barein, o Marrocos e o Sudão.
As tropas israelenses invadiram Gaza depois que homens armados liderados pelo Hamas romperam as barreiras de segurança e invadiram as comunidades da área de fronteira israelense em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 soldados e civis e sequestrando mais de 250 reféns estrangeiros e israelenses.
Desde então, a guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza já matou mais de 46.000 pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, e deixou o enclave costeiro um deserto de escombros com centenas de milhares de pessoas deslocadas lutando contra o frio do inverno em tendas e abrigos improvisados.